quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Pois é, José.

O dólar caiu, o preço subiu. A coisa piorou, a esperança sumiu. O País cresceu, a impunidade também. A ignorância aumentou, a voz se calou. A ditadura acabou, a opressão continuou. O grito ecoou, ninguém escutou. Ninguém mais vê, ninguém mais fala. O que falta é uma bela de uma vergonha na cara. Caras deslavadas e mascaradas, de ratos, e não de homens. Vejo meninos chorando e mãos abanando. Vejo o Norte se estressando, e o Sul se avacalhando. Vejo moverem pauzinhos, vejo disputas políticas. Vejo tempos difíceis e uma crise danada. Tento fechar os olhos, mas não consigo. Não consigo.

Quer saber? Eu já não vejo mais nada, não sei de mais nada. Deixa quieto, e me traz logo um café.


{
Ouvindo Switchfoot}

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Yo-ho-ho, e uma garrafa de (CD)ROM


Para o Tudo de Blog
Todo mundo fala que pirataria não presta, que é errado, que é feio, e toda aquela farrinha politicamente correta. Teoricamente, muito bom, e eu concordo que as coisas deveriam funcionar assim. Mas vamos, agora, à prática e às nossas reais necessidades. Sou estudante universitária, e vocês sabem como é faculdade: temos que tirar uma pilha de xerox a cada aula, e, não, certamente ninguém foi até autor nenhum pedir autorização ou direitos autorais nenhuns para que eu pegue o meu lindo diplominha no fim dos quatro anos. E, até lá, o que faço eu? Compro todos os livros que eu for usar, mesmo que seja apenas um trecho deles? Ou vou até a biblioteca mais próxima e carrego oito livros todos os dias para casa, acentuando minha escoliose? Não estou querendo dizer que direitos autorais não valem nada, pelo contrário, ou que eu apóie que as coisas devam ser mesmo assim. Mas, convenhamos: a realidade é outra. Que atire a primeira pedra aquele que nunca baixou a única música legal daquela banda, para não ter que comprar um CD inteiro, ou que nunca assistiu a um filme que está em plena exibição nos cinemas. Me engana, que eu gosto!

"Eu vou fazer um leilão..."

Para o Tudo de Blog
Nunca passei pela situação de ter que "furar olho" de alguém, ainda mais por causa de menino. Nem quero. Mas vejo que tanta gente faz um drama enoooorme por uma coisa que talvez não vá levar a nada, e estraga amizade por menos ainda. A verdade é que não vale a pena azedar amizade nenhuma nesse mundo por causa de um cara que nem tem compromisso sólido com você (ou com a sua amiga). Além disso, homem não é mercadoria pra ficar sendo leiloado e disputado nessa de "É meu! É meu!". Isso acaba banalizando os sentimentos, e, cá entre nós, amiga, não tem NADA de classe.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

O beijo da rosa


Ela entrava no salão. Ainda não conhecia o futuro, nem o que ele poderia trazer. Olhava tudo com tanta calma e tanta supresa, que não se pode descrever o que se passava nela. Nada a assustava, mas tudo a impressionava. Trajava a pureza e o amor. Criada no campo, mas com uma classe inigualável. Havia nascido assim. E ia se desfolhando, e se despetalando pelo salão, a cada passo. Não sorria. Deixava o encanto para seus olhos, cujo olhar valia mais que mil sorrisos. Trazia uma canção nos lábios, e, se eles desabrochassem naquele momento, ela escaparia antes da hora.

Não se acanhara. Tímida, embora, adentrou o saguão senhora de si. Espalhava perfume, e doçura, e delicadeza, e abria sorrisos pelo caminho. Eram as sementes do coração. Ela era extraordinária e diferente de todos os que estavam ali, mas não por sua beleza, ou classe, ou o que quer que fosse. Ela parecia uma visão. Metade humana, metade rosa. Isso não é uma metáfora, e é impossível descrevê-la. Só sei que fui arrebatado por aquela visão. Não me contive.

Caminhei em sua direção, tomei da sua cintura, pousei em seus lábios os meus lábios, e o mundo parou.

E bebi a canção celestial que estava dentro de seus lábios. O beijo durou para sempre, e a canção foi ouvida em toda a Terra. É o que acontece quando se beija uma rosa. Dentro de cada rosa, há uma canção, que só pode ser ouvida ao pousarmos nela os lábios. Beijos sinceros, para que a rosa se abra e marque sua vida. A marca do espinho pode doer um pouco, mas marcas são mesmo assim: mudam para sempre as nossas vidas. Elas nos lembram de como lutamos para conquistar nossos sonhos. E eu nunca mais fui o mesmo.

Eu nunca mais fui o mesmo ao beijá-la no altar.

Trocando de roupa


Galera, o Jornalistateen agora é Rosas Inglesas!

Em comemoração ao aniversário do Jornalistateen, vou pôr uma "roupa nova" no blog, mas é coisa rápida. O endereço não vai mudar, nem o estilo do blog. É só o nome do blog e o layout. Olha como ficou lindo!

O Rosas Inglesas vem com TUDO!

Me/Se encontre aqui, no mesmo blog, no mesmo formato, no mesmo endereço e com a mesma blogueira!

Luly

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Felino


Ando meio assim, calado. Já não posso mais ficar assim, parado. Sempre fui tão agitado, tão ágil e espevitado. O lixo me atrai, e o que ninguém mais quer eu faço virar arte e culinária. É por isso que adoro sardinhas em lata. Em lata de lixo. Eu trajo pele e black tie todo dia. Eu já nasci assim, reizinho. É minha sina. E elas me alisam, e eles me chutam, e eu me limito a dar patadas grátis. Minha vida é toda grátis, e eu sou vip em qualquer lugar. Já nasci com pum greencard estampado em minhas digitais. Ninguém me manda pra fora: eu mesmo me retiro, amo aventura e perigo. Sou amante da lua, dos becos e ébrios. Sou totalmente dionisíaco, abstrato, artista. Eu sou mesmo uma incógnita. E eriço pêlos e bigodes, garras e olhares. Minha vida é um blues, meu miado tem um quê de jazz. Eu sou mesmo um astro. Eu sei que sou fofo, soberbo por natureza. Enxergo no escuro, caço ratos como ninguém, e, ainda por cima, convenço qualquer um a me afagar as orelhas. Posso pular da altura de sete telhados e cair em pé. A curiosidade nunca me matou, pois sete vidas me abastecem. Todas, claro, para reinar. Longa vida aos felinos! Cães? (gargalhada) Meaw Deus, os cães são tão babões, tão bobões, tão... capachos! Eu, não. Eu já nasci rei. E eu fico meio assim, zombando deles. Mais patadas naquelas fuças e latidos, naqueles uivos e ganidos ambulantes, irritantes, ultrajantes. Argh! Solares e arranha-céus são minha maior aventura. São a plena consolidação de minha monarquia. Mas, pra falar a verdade, me fazem sentir ditador. Meawcance, se puder. Mas não se canse de tentar. Aliás, vocês, humanos, me cansam. Nunca entendem que felinos nasceram para ser servidos! Bicho de estimação? Deus me livre! Tentam nos banir, nos bater, nos atirar o pau (acho um absurdo ensinarem isso a crianças)... Mas somos nós que afugentamos os camundongos, que embelezamos os seus reinos. Na verdade, o reinado é nosso, pois nossa presença é uma honra. Só precisamos de uma casa grande, uma almofada fofa, um par de pernas para nos roçar, um colo para nos deitar. E, quem sabe, um pouco de amor, mesmo que não possamos retribuí-lo. Somos felinos, meu bem. Não espere muito de nós. Ou compre um cão.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Preguiça

Eu tiro o sapato
Eu visto a meia
Eu ponho o pijama
Tô suja de areia
Mas eu não me importo
Já que eu não acordo
Já que eu não levanto
Eu volto pro quarto

Pra quê a labuta
Se eu posso dormir?
Não sou vagabunda
Só quero curtir
Uma cama ao sol
Um sol na piscina
Dormir e acordar
Mais de meio-dia

Agora cai fora
Me deixa dormir
Me põe a coberta
E pode partir
Eu fico sonhando
Você, trabalhando
Então, carpe diem
Carpe noctem, clic!

sábado, 16 de agosto de 2008

Wave


Deixa a onda bater
E levar o que ainda sobra
De ti
De mim
De tudo o que se quer

Eu quero ver o quanto basta
De alimento e sensações
Salinas e águas das minas

Só quero sentir a onda ir embora
E levar o que já não importa mais
Só quero abrir uma porta a mais
Pra vida entrar e invadir o peito

Eu gosto de ver teu rosto
E sentir o gosto puro de um amor
De sais e de sabor
Molhado

Eu só queria saber de mim
E de ti, como andas
Pois que sentes sem saber
O que pensar de mim

De nós, meu amigo
Ainda é começo de tudo o que sinto,
[que sei e que sou
Ainda há o que fazer
Ainda há o que viver
E amar.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Lugar secreto


Fiz este poema-oração para o meu melhor amigo. Ele me ajudou muito hoje, quando eu estava em dificuldades, e eu sou tão grata a Ele, que não posso guardar isso só pra mim. O nome Dele é Jesus, e Ele quer ser seu amigo também. A cada dia, Ele me tem levado mais fundo em sua intimidade, dentro do seu lugar secreto. E eu sei que habitarei no esconderijo do Altíssimo para sempre. Amém.

Vale eternal
De douradas vias
Celestiais melodias
De paz divinal

É aqui
Meu lugar
Onde venho adorar
A Ti
Meu ser vou entregar

Honra, glória e louvor
Sejam ao Consolador
Ao amigo fiel,
Ao Leão de Judá

Lágrimas secas
Corações restaurados
É o poder do sangue
Que extingue pecados

E a Ti, Salvador
Eu te dou meu louvor
E a Ti, Redentor
Ofereço minhas mãos
E o meu melhor
Todos
Os
Dias
Da
Minha
Vida

Amém.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

O viajante do tempo


Amanheceu. Mais um dia perdido no tempo. Tudo bem, já estou me acostumando a acordar um dia no passado, outro no futuro. Às vezes dou sorte de acordar no presente, ao lado de uma linda mulher, ouvindo os gritos de duas crianças que me vêm me beijar. Gosto de acordar assim, pai e marido, comida na mesa, sábado de sol. Gosto de viver o tempo de uma forma normal. Mas fui escolhido para ser um viajante do tempo. Não me pergunte como. Não me pergunte por quê. Não, eu não escolhi isso. Se eu gosto? Eu preferia ser normal. Mas já estou me acostumando, como com tudo nessa vida. As coisas nunca são iguais, mas já cheguei a ver o mesmo pôr-de-sol várias vezes. Tem dia que eu acordo velho, e, no seguinte, menino travesso. Passo dos oitenta aos oito da noite para o dia, literalmente. E acordar recém-nascido é, realmente, muito estranho. Já renasci muitas vezes, e já estive à beira da morte. Mas nunca morri. Eu não tenho idade fixa, nem planos. Tenho medo de dormir e ver o que me aguarda do outro lado da linha do tempo. É como se ela fosse um novelo, uma trama confusa e emaranhada. Minha vida não segue linha reta. É sinuosa e cheia de surpresas. E eu tenho medo, muito medo. Já passei noites em claro, para poder viver mais um pouco a mesma vida. Já cheguei a passar cinco dias acordado, curtir minha família, trabalhar e viver uma rotina. Mas chegava uma hora em que eu caía prostrado de sono. Minha sina já estava delineada ali, e não havia nada que eu pudesse fazer. As pessoas não percebem. Embora cada dia eu acorde numa época diferente da minha vida, as pessoas são sempre as mesmas. Meus filhos me contam de como eu fui bem no futebol de ontem, mesmo que eu só vá viver esse momento no futuro, minha esposa me agradece as flores que eu mandei para o trabalho dela. E o sorriso das pessoas que amo me conforta, e me ajuda a resignar-me. Mas descobri que, seguindo o curso aleatório da minha vida, eu sofreria menos. Afinal, eu estava me apegando demais às pessoas que fazem parte da minha vida, e à rotina a qual eu estava me submetendo. E dói mais que uma facada saber que não posso fazer planos de futuro. Eu vivo futuro, passado e presente o tempo todo! E o que mais me dói é saber que poucas vezes eu vou acordar ao lado da mulher que eu amo, e que terei que abrir mão dos sonhos mais banais. E eu sigo errando, tentando me aceitar como sou, ainda que me perca para sempre no tempo.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Blue


Today I'm feeling blue. And I can't explain 'cause I don't know why.

Tão meio assim... tão assim no meio de tudo. O que eu tenho? Qualquer coisa que não posso explicar. Eu preciso respirar um pouco mais fundo, pensar um pouco mais devagar, tirar um pouco os pés do chão.

Tudo é nada, mas e eu? Me diz quem sou eu!

De repente sou, de repente não sei. Calma, rude, quieta, altiva, amiga. Indiferente.

Quem sou eu? Tô longe de propôr reflexões shakesperianas, freudianas, ou qualquer coisa que não importe agora. Aliás, será que alguém se importa? Ou a importância de qualquer fato-ação-circunstância já não tem importância nenhuma?

Não, eu não fecho os olhos pra sentir, eu não meço o medo, nem vou pular essa parte. Que parte tenho eu com tudo isso?

Tudo o que eu sei é que today I'm feeling blue, babe. Blues, jazz and rock'n roll.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Independência ou morte? Depende de você.

Montagem by me
Pedrim mostrou, na beira do Ipiranga, que ser independente é bom, muito bom. Ele não sossegou enquanto mamãe Portugal não assinou a autorização do nosso camarada Brasil para entrar na maior balada de todos os tempos: a balada da Independência. E acabou que isso virou febre entre os países da América Latina e do resto do mundo, e, conseqüentemente, entre todos nós, mortais. Ser independente nos confere uma certa imortalidade. É assegurar o direito de ir-e-vir, de ficar até tarde na rua e fazer o que quiser. Mas aí, junto com a independência, vem a responsabilidade. Eu, que tô com um pezinho nos 18 sei o peso dessa palavra. Afinal, não adianta sair por aí fazendo o que quiser só porque se é independente, pois há um fato que não se pode contestar: seremos sempre dependentes de um sistema de regras, senão, o ir-e-vir viraria uma bagunça só. Ser independente é tomar as próprias decisões e agir com maturidade, tendo consciência de que já somos "gente grande" o suficiente pra se virar. Mas é preciso dar o seu grito para conquistá-la. É preciso se impôr e mostrar a que veio. E o Pedrim tava certo, muito certo. É independência ou morte. Tudo depende de você. Bobeou, é morte na certa.