quinta-feira, 29 de abril de 2010

Cachos!


Foto velha, da época do cabelo pink! =O

Este post atende a pedidos de uma leitora no meu formspring.

Sim, vamos deixar a emice de lado e falar de cabelos. Ou melhor, da minha relação amorosa com os meus.

Cabelo cacheado é uma delícia. Coisa linda de Deus, suuuuper original e tá conquistando espaço de novo (chapinhudas que se cuidem!). Se bem tratado, não tem coisa melhor. Mas, enfim, cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é, né, Caetano? Portanto, vamos aos prós e contras dos cachinhos, com algumas dicas para fugir do jubão.

PRÓS


- Tá na mão, tá na moda! tá na C&A Aliás, sempre esteve, ok? Desde os anos romanticíssimos, em que ninguém pensava em chapinha, desde que a dona Florinda usava bobes no cabelo (certo, não é lá um grande exemplo fashion, mas enfim), desde que a SUA MÃE fazia permanente no cabelo nos anos 70 (sim, pergunta lá pra ela)!

- É moderno e despojado. Com um corte legal, dá um ar leve e divertido ao visual.

- Não precisa de pente! Só após o banho, e olhe lá. Use um bom leave-in (creme sem enxágue), um pente de madeira (para evitar o frizz), amasse bem os cachos e espere secar.
- Os fios rebeldes podem se tornar aliados, e não inimigos. O look fica casual e moderno. Mas atenção: não confundir fios rebeldes com frizz excessivo. Por isso, é sempre bom usar um leave-in legal.
- Cansou da mesma cara? Usando grampos e elásticos, você pode deixar o cabelo do jeito que quiser, no comprimento que quiser! Sim, basta separar um tempo para "brincar" com o cabelo e conhecê-lo melhor. É sério: fazer amizade com o cabelo é a melhor maneira de torná-lo obediente!

- Você pode sair na chuva sossegada, querida. =)
- Você não é escrava da chapinha! Você é livre! Livre! Liiivreeeee!!!! \o/
Tá, parei. ¬¬

- Mas, se quiser uma chapinha de vez em quando também, você pode! Você pode escolher qual cabelo ter naquela festa ou naquele dia em que você quer um cabelo diferente. Além disso, em cabelo cacheado qualquer penteado se fixa (ao contrário de muitos lisos, que nem com muito laquê param no lugar). Agora, franja lisa com cabelo cacheado é meio out... ou uma coisa, ou outra! Decida-se!
Mas, como nem tudo são flores...

CONTRAS


- Temos de reconhecer: cabelo cacheado não é nada prático. A única coisa que me mata de inveja da minha amiga de cabelo liso é que ela pode torcer, jogar, prender, trançar e ficar passando os dedos entre os fios o quanto ela quiser, que eles ficarão sempre lisinhos. No máximo, o cabelo dela só vai ficar com um pouco mais de volume e oleosidade.
Agora, experimenta fazer isso no cabelo cacheado. Ele fica armado, seco e disforme. Daí, se mata.

- A oleosidade não é uniforme; por isso, as pontas ficam secas rapidinho. É importante dar uma aparada a cada três meses.
- Cresce o mesmo tanto que o liso... mas os resultados só são visíveis a longo prazo. Por isso, se quiser um cabelão poderoso, tenha muita, mas MUITA paciência.

- Ah, o volume. Esse é um tópico complicado, já que pode ser a coisa mais linda em um cabelo cacheado, ou a coisa mais feia. Primeiro, porque volume demais vira juba de leão e fica muito feio. Segundo, porque volume de menos te deixa sem graça. Por isso, tem que saber dosar, com a ajuda de leave-ins, babyliss, e de outro fator problemático, que é...

- ... o corte. Vamos combinar que há cortes que são totalmente vetados para cabelos cacheados, como chanel, retos e franjinhas. E um corte malfeito pode acabar com sua aparência, pois o cabelo ou arma demais, ou arma de menos, ou fica sem movimento, ou some. Por isso, não vou sugerir nenhum corte pra você (tá, eu adoro o meu! ^^), mas aconselho que procure um bom cabeleireiro, converse com ele e veja o que dá certo no seu tipo de cacho (sim, os cachos são diferentes entre si) e no seu formato de rosto. Outra dica legal é inspirar-se no corte de famosas de cabelo cacheado, como a Taylor Swift e a Joss Stone. Depois, é só ser feliz!


Se elas podem, você também pode!

Agora que você conhece os prós e contras, vamos às dicas:

- Equação geral: cachos perfeitos = shampoo específico + leave-in + pente de madeira + jogue-pra-frente-pra-trás + amassadinha (+ - babyliss).

- Seu cabelo tem volume? ASSUMA! Quem disse que volume é feio? Pelo contrário! Volume é o que há no cabelo cacheado! Se bem controlado, pode te dar um ar poderoso!

- Lei: NUNCA penteie o cabelo seco. É suicídio social, querida.

-Não há nada mais feio, nojento, fedido e sem graça do que cabelo cremoso. Cuidado pra não errar a mão no leave-in! Para um cabelo comprido, uma porção aproximadamente do tamanho de uma moeda de um real já é mais do que suficiente. Senão, o cabelo fica pesado, sem movimento, sem brilho e com um aspecto molhado. Isso envelhece e pesa no visual.

- Babyliss dá trabalho, mas, depois que você pega a prática, não tem coisa melhor. Não precisa nem fazer no cabelo inteiro: só de fazer na franja e em alguns cachos aleatórios, dá uma diferença legal. Enrole a mecha, espere 30 segundos (no máximo!) e solte com cuidado. Depois, dê uma desmanchada com as mãos, pra ficar mais natural. Pronto!

- Trança é um penteado infalível para os bad hair days. E para todos os outros dias em que você quiser inovar.

- Quer cortar curtinho? Você pode! É só conversar com o seu cabeleireiro e aprender a modelar os cachos com gel e pomada!

- Brinque bastante com o cabelo quando estiver em casa. Teste penteados, use e abuse dos grampos, dos lenços e dos acessórios. Dessa forma, você vai saber o que fica legal em você. Não tenha medo de ousar! Mostre que você é estilosa da cabeça aos pés!

- Se seu cabelo tem volume, como o meu, não o prenda para dormir. Se você deixá-los soltos, quando você acordar, seus cachos estarão redondinhos! Para dar uma "acalmada" neles, é só molhar um pouco os dedos (eu disse os dedos, e não o cabelo) e passá-los de leve por cima dos fios, amassando sempre. Você terá cachos novinhos em folha sem esforço algum.

Depois de todas essas dicas, você ainda pensa em progressiva?! Assuma os cachos. Acredite: você pode!

Qualquer dia, farei um dossiê de penteados para cabelos cacheados especialmente para vocês! =)

domingo, 25 de abril de 2010

No amor e na guerra, às vezes é melhor ceder.

Desligou o telefone aos prantos. Mas, durante toda a ligação, havia sido uma rocha.

Nunca se achara mulher o bastante para fazer aquilo. Por um tempo, resolvera resignar-se à sina que lhe havia sido reservada: amá-lo eternamente, venha o que vier. Ele era apenas seu namorado; nada além disso os mantinha presos um ao outro.

Exceto pelo fato de que ele não era apenas um homem em sua vida.

Ele era o homem que ela mais havia amado em toda sua vida. E eles já não eram mais adolescentes. Ela fazia de tudo para que eles dessem certo, enquanto ele simplesmente seguia o curso do romance, encarando as brigas e o desgaste como parte da rotina de um casal que ficaria junto para sempre, porque era assim que tinha de ser.

Toda aquela paixão, toda aquela loucura, toda aquela sede não foram o bastante para mantê-los queimando. E as coisas começaram a ficar normais demais, quando tudo o que os dois queriam era fugir para alguma ilha deserta, um planeta novo, uma estrela no horizonte.

Tiveram conversas complicadas, brigas horríveis, lágrimas derramadas e infinitas reconciliações. Ela sempre achava que as coisas iam mudar; ele já sabia que aquilo ia continuar se repetindo, por mais que os dois não quisessem.

Mas eles se gostavam tanto. E, quando estavam em paz um com o outro, tudo era tão bonito.

A verdade era que os dois já estavam cansados de fazer do amor um campo de batalha, e que já estavam feridos demais para agarrarem-se a qualquer sentimento que ainda restasse.

Enfim, ela resolveu encarar o que, no fundo, sempre soube: que, não, aquilo nunca daria certo. Pegou o telefone, discou e, impassível e indestrutível, desferiu o golpe final.

"Acabou".

E as lágrimas que derramou foram de tristeza, de derrota, de saudades, de luto, de frustração, mas, acima de tudo, acima de tudo mesmo, de alívio.

Porque, no fim das contas, certos amores foram feitos para jamais terem sido.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Rebeldes sem causa

Tenho me deparado ultimamente com uma enorme quantidade dessa raça de jovens sem personalidade nenhuma. Do tipo que acha lindo fumar e tirar foto com cigarro. Do tipo que acha o máximo encher a cara e dar o que falar nas festas, beijar uns 10 por noite, entre outras coisas do gênero. E tem também aquele povo que acha que pegar geral, fumar, encher a cara, nunca sorrir, falar mil palavrões, odiar "a sociedade hipócrita" e ouvir bandas que ninguém conhece (nada contra ouvir bandas que ninguém conhece, ok? Eu mesma tenho lá as minhas) é viver a plenitude do "Sex, drugs and rock and roll" (aham, Cláudia). E tem aqueles que "gostam, mas não têm coragem"; os que admiram os anjos caídos, as lendas do rock e aqueles que morreram de overdose; mas que, no fundo, não têm toda essa "atitude" que seus ídolos mostraram.

Sabe, cada um faz o que quer da própria vida, e isso é fato consumado. Aliás, ninguém gosta de lição de moral. Mas chamo atenção para algo que se chama personalidade, conhece? Talvez os jovens não consigam mudar o mundo simplesmente porque, em vez de mudá-lo, queiram piorá-lo. É muito fácil odiar a "sociedade hipócrita e conservadora"; mas será que não falta amor aqui? Um pouco de esperança? Pra que odiar tanto a tudo e a todos? O que nos faz retroceder é, sim, o ódio que fazemos questão de sentir pela vida, pelas pessoas, pela sociedade. E toda essa rebeldia se torna, na verdade, uma espécie de conformismo: afinal, cremos que nada nunca vai mudar e que as coisas só tendem a piorar - por isso, chutamos o pau da barraca e cruzamos os braços. Voltamos uma atenção egocêntrica para nós mesmos: queremos mostrar o quanto podemos ser rebeldes, chocantes, descolados, seguindo o "live fast, die young", em busca de nossa própria glória. Queremos atenção, aplausos, reconhecimento, como nossos ídolos mortos tiveram. Queremos nos tornar lendas.

A quem estamos tentando enganar com toda essa falsa rebeldia? Esses jovens não querem mudar o mundo, mas querem mudar o conceito que têm de si mesmos, exatamente por não se aceitarem como são. Buscam ser outra pessoa - mais interessante, menos real, menos mortal. E isso é uma tremenda falta de atitude e de personalidade.

Vale tentar parar um pouco com esse circo de querer aparecer tanto. Se for para haver rebeldia, que venha valer a pena. Que venha fazer efeito no mundo, e não se limitar a apenas mais um adereço de roupa, mais uma noite de porre, mais uma pessoa odiada. Muito cuidado, pois todo esse esforço de tentarmos "não ser apenas mais um" pode nos tornar o pior de todos os clichês.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Algo ou alguém, nada e ninguém.

Os dias têm sido loucos e a vida não tem dado trégua.

As pessoas riem de piadas que não entendo, as palavras fogem junto com o desejo, que vai queimar noutro peito e me deixar em paz. Para, quem sabe, me consumir de vez algum dia.

Os dias me esgotam, as pessoas me cansam, as conversas não se encaixam.

Quem poderá me defender?

Quando virão me salvar? E se eu enlouquecer? E se eu cair do mundo e me perder no Universo? Com todas aquelas estrelas que não sabem o caminho de casa. Na escuridão, no vácuo, no silêncio.

Eu tenho medo. E se eu for criança? E se eu não tiver mais graça?

Quantos braços? Quantos mundos? Quantas respostas? Quantas perguntas?

Quantas vezes eu vou ter que te invocar, te rogar que apareça na minha vida e me salve de vez?

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Menino de azul

Um dia, quero ter um filho.

E ele nascerá da noite mais incrível, do beijo mais longo, do leito mais macio, do amor mais intenso, das fantasias mais loucas, da emoção mais arrebatadora e do sentimento mais sincero. Será plantado pelo homem mais íntegro e acolhido pela mulher mais realizada. Será embalado no ventre mais amado, nas palavras mais doces, nos braços mais protetores. Virá ao mundo pelas mãos mais firmes, pelo caminho mais belo, pela lágrima mais transparente. Será acolhido e alimentado no seio mais gentil, no colo mais maternal, no toque mais delicado. Será ninado pela voz mais doce, pelo balançar mais leve, por toda a ternura, e inocência, e cuidado. Crescerá nos caminhos mais retos, nas palavras mais sábias, na esperança mais certa. Saberá tornar-se homem, firmará seus passos e construirá uma vida. Tomará gosto por viver, por sentir, por aprender.

E, quando ele já estiver lá, tão longe e tão dentro de mim, eu já vou saber. E, quando ele chegar, meus braços já estarão abertos.

Mas, no meu sonho, ele já nasceu.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

O mundo gira devagar, e nos envolvemos tão rápido.

Sabe, se descobrir é uma coisa engraçada.

Descobrir os outros é hilário.

E o engraçado é que nunca se conhece alguém tão descaradamente, descarnadamente, desesperadamente bem. E as pessoas fazem coisas que ninguém jamais esperaria. Para o bem, ou para o mal. Para orgulho, ou para decepção.

E nos decepcionamos. Seja porque as pessoas mudam (ou revelam o que sempre foram, mas nunca descobrimos), seja por que fomos nós que mudamos. Que caímos na real. Ou, até mesmo, que caímos no erro. É complicado.

O que mais nos intriga é tentar desvendar o outro, como falei em algum post anterior. É descobrir se tudo o que nos foi dito durará para sempre, ou se foi tudo uma grande e linda mentira. Fato é que estamos cansados de chorar por pessoas e situações em geral - é tudo por causa do amor, não necessariamente do romântico. Mas quem é que não gosta de ouvir belas palavras?

Iludir-se é tão belo por um instante. Pelo instante de um piscar, pelo instante de um pulsar, pelo amor de uma esperança. Quem sabe? O "talvez" é, praticamente, um "sim", e flutuamos a três metros do chão.

Para, finalmente, cairmos com tudo no chão. O tombo é feio, e a dor, aguda. E assim sucessivamente, decepção após decepção.

Mas por que diabos continuamos a nos envolver, e nos envolver, e nos envolver, até ficarmos enovelados e tão totalmente rendidos ao outro?

Talvez porque, bem lá no fundo, uns gostem de sofrer. Ou talvez porque os corações precisam de alguém em quem despejar as carências. Talvez porque ainda haja aquela (clássica) esperança de que tudo termine bem, de que as pessoas mudem, ou de que as coisas permaneçam exatamente do jeitinho que sempre foram. Talvez porque assistimos romances demais, lemos livros demais, ouvimos músicas demais. Talvez porque não tenhamos mais nada a perder. Talvez porque o risco de sofrer nos dê adrenalina.

Ou, tão-somente, porque talvez o risco valha a pena, mais do que qualquer coisa nesse mundo.