[Vamos ver. Vinte anos. Uma faculdade quase terminada. Morando fora de casa. Dona do seu nariz (ou não). Cabelos quase na cintura. Cinco idiomas, fluente em três. Blogueira. Chata, acredite. Ou, como disse a @flovis uma vez, "a felicidade em forma de gente".
Sei lá. Não sou muito boa em auto-definições.]
Cada vez em que fico mais velha, começo a pensar um milhão de coisas.
Como, por exemplo, nas responsabilidades que a idade vai exigindo da gente. Estou saindo dos teen e entrando nos ty. Acabou a adolescência, e ainda não me conformei muito bem com isso. Porque, aos vinte anos, teoricamente, pressupõe-se que você já tenha se tornado uma mulher feita. E não sei bem o que é isso. Mulher feita, pra mim, é minha mãe. Mas e eu? Sabe que ainda não engoli bem a ideia?
Sem querer cair no clichê de menina-mulher, longe de mim. Nem dar uma de peterpanmaníaca, ou cantar aquela música dos Ramones, "I don't wanna grow up". Tá certo que, no fundo, isso aí é tudo verdade. E, apesar de sempre ter sido madura para minha idade, há coisas em mim que não mudam nunca. Como balançar a cabeça freneticamente enquanto ouço música, ou fazer o melhor brigadeiro ever, ou passar o dia de pijama, ou falar o que me der na cabeça (e chocar pessoas since 1990), ou amar Os Simpsons, Tom and Jerry, Vila Sésamo.
Aliás, acho mesmo é que nasci para ser adolescente. Desde criança, sempre quis ser adolescente. Aos onze, já me achava o máximo por me auto-intitular "pré-adolescente". Mas, aos treze, ainda brincava de Barbie escondido e não tinha dado um beijo na boca. E, agora, com apenas umas duas horas de dezenove, agarro-me ao último fio de adolescência. Tenho medo de perder a vontade de me vestir como me visto, de trocar as meias listradas e as saias hippie por roupas caretas de trabalhar sério. Não que eu não queira trabalhar sério. Ah, bem, vocês entenderam.
Não faço a menor ideia do que pensar de agora em diante. Acho que vou deixar as coisas do jeito que estão, e viver como sempre vivi. É o mais sensato, ou o mais insano a se fazer. Uma mulher não se faz da noite para o dia. Aliás, nem em vinte anos. Acho que vou precisar de mais uns trinta, pelo menos, pra virar a tal da mulher feita. Ou não. Há quem não consiga nem em mil anos. E quem se importa? As coisas não são como nos filmes, e mesmo os mais xiitas não dão conta de seguir os mesmos padrões de sempre.
Por isso, como diz Katy Perry: vou esticar o meu Teenage Dream por mais um pouquinho. Mais uns trinta anos, quem sabe. Ninguém sabe. Nunca se sabe. E não quero saber.
Vinte vivas a mim. Ou uma tortada na cara, que já está de bom tamanho. Com chantilly, por favor.