quinta-feira, 29 de maio de 2008

Levada Reloaded


Para o Tudo de Blog

Capricho pergunta: quem (ou o quê) do passado você acha que deveria ressurgir, como uma fênix, de volta para o mundo?

Quem não se lembra com a maior saudade da garotinha Punky Brewster, a levada da breca de maria-chiquinhas, que dormia numa cama em forma de carroça, e de seu cãozinho Pink? Fala sério... que menina nunca assistiu ou se inspirou nela para, como se diz, "fazer arte"? Ela representa um pouco da infância de cada menina, sem contar que a levada era pra lá de estilosa! E olhe que eu acho que eu acabei aderindo às doideiras divertidas dela... e ainda sou meio Punky até hoje!

É. Acho que todo mundo normal (ou quase) deveria viver um pouco o lado Punky da vida.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Aerólitos


Era meio canto de noite, madrugada fria, sem ter-que-fazer, não fedia nem cheirava, não dormia nem levantava. Mas tava lá. Resolvi ir até o banheiro. Não sem antes dar uma olhadela de rabo-de-olho pela janela do quarto.

Acabei dando mais que uma simples olhadela.

Eram os aerólitos. Eu nunca tinha visto antes. Ouvi falar no jornal que ia dar, mas nem prestei muita atenção na hora. Mas né, já que tava em pé mesmo, sem sono de tudo, resolvi me debruçar na janela e ficar lá, à toa, olhando, como quem assiste a um realismo fantástico.

Aqueles pedaços de pedras espaciais cortavam o céu como se fossem atravessar o chão. Caíam, caíam, nem rápido, nem devagar. Só caíam, tombando da obscuridade sideral das galáxias sem fim até tocar o céu, o mar, a terra.

Comecei a maquinar umas idéias de querer ir para o espaço. Queria ser como Neil Armstrong, dar o tal "passo gigantesco para a humanidade", pra ver de perto, pertinho, de camarote, esse espetáculo dos aerólitos. De onde será que vinham? Será que traziam presentes dos céus, pedras preciosas, ou a cura de todos os males? Será que traziam segredos ocultos ao coração do homem?

Como toda a sua graciosa aerodinâmica, rasgavam o céu numa delicadeza inexplicável, numa intangibilidade impressionante. E caíam. E aterrisavam. E morriam no solo, virando pedregulhos comuns. E foi aí que me botei a pensar na vida, como se pescasse no ar idéias loucas.

E a vida é mesmo assim: todos a atravessamos, mas nos juntamos ao pó e ao solo ao fim dessa travessia. Entretanto, poucos se fazem notáveis como os aerólitos, perdendo a capacidade de brilhar e iluminar a escuridão que os envolve, e a oportunidade de fazer a diferença, mesmo não sendo grandes astros celestes. Talvez por medo de voar, ou de se estraçalharem pelo caminho, ou de serem ofuscados pelas estrelas, que dominam o céu há mais tempo. E a covardia os impede de encher os olhos de pessoas que não têm nada de bonito para ver, ou de trazer alguma beleza para a rotina celeste.

Isso me levou a querer ser como os aerólitos, que transformam o céu por onde passam, sem medo de voar, sem pensar na colisão que finda suas siderais jornadas. Eles apenas prosseguem para o alvo, deslizando pelos ares e marcando algo novo e diferente na vida das pessoas, coisa que nós, terráqueos, tardamos a aprender (ou nunca aprendemos).

Voltei para a cama. Os aerólitos já me deram inspiração suficiente para voltar a sonhar e começar um novo dia.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Filha pródiga


Talvez se você ou o mundo não me julgassem tanto, eu pudesse ser compreendida. Por quê você me trancou do lado de fora? Não é a sua pele que o frio está cortando, nem os seus lábios que estão se partindo, nem as suas lágrimas molhando o seu rosto. Mas você nunca me levou a sério com essas minhas meias três quartos... (riso triste) Pare, você nem sabe o que diz!! Eu estive tanto tempo longe. Eu tô cansada. Eu tô can-sa-da! Dá pra parar e me ouvir? Eu não quero ter que gritar. Por favor, agora abre essa porta! Me dói muito, dói muito dizer isso. Me dói mais não dizer. Me dói fingir sorrir!


(Meia volta. Ela esfrega as mãos ao redor do casaco. Cabeça baixa.)


Eu te vi pela rua esses dias. Eu vi, eu juro que vi. Tava meio embaçada a visão, eu tava sem os óculos e não dava pra te enxergar direito de onde eu tava. Mas eu sei que era você. Eu só não sei se você ainda está sendo você mesmo. (riso nervoso) Eu nem sei quem EU sou! Acho que a pancada na cabeça foi forte mesmo. Pior que essa é a pancada que você me deu no espírito. Essa doeu mais do que as outras que eu levei da vida. Eu apanhei da vida. Eu fui a NOCAUTE.


Ainda me pergunto onde foi que eu larguei minha alma, que tava penando por aí. Talvez pelo mundo dos vivos em geral, ou sei lá que além-mar desse sopro de vida. Por acaso tá no bolso do seu peito?


Pai, por que você não me responde...?


Seus gestos ainda são os mesmos? E seus olhos? Faz tanto tempo, pai... tanto tempo, e tão longe... tão longe por essa estrada afora! Me escuta!!! ME RESPONDE!!! Por que me obriga a me manter assim aos gritos????!!!!


Ah!! Me deixa ir pra casa!! Abre a porta, deixa a luz do corredor acesa e faz um chocolate pra mim! Eu falei que ia voltar. Eu falei. Eu... eu juro que eu falei... Eu fui rebelde, caramba, eu sei! Eu caí. E acho que vou cair de novo, muitas vezes. Porque eu não sou perfeita, e nunca vou ser. Mas... me perdoa.


(murmúrio)

Perdão... perdão...


Quantos rios de lágrimas ainda vou ter que atravessar pra me tornar uma mulher? E quantas rodovias precisarei cruzar de novo, e de novo, e de novo pra te resgatar? E quantos por-de-sóis ainda terei que assistir só, olhos semicerrados, caindo de sono, querendo sumir, sabendo que estou do lado de fora?
Quantos sorrisos ainda teria de escancarar na sua face... pra que você me amasse de novo?


(Ela se agacha, arrastando as costas na parede)


Pai... Me perdoa. Me perdoa.

A cor do intelecto


Para o Tudo de Blog

Meses a fio estudando, noites mal dormidas, renúncias. Eu sei bem o que é ralar para abocanhar uma fatia das disputadíssimas universidades públicas. E, bem, aqui estou eu, depois de tanto esforço, no primeiro ano de faculdade. Não porque sou branca, nem porque vim de escola pública. Mas porque estudei e lutei pelo meu objetivo. Sei que é chavão, mas "ninguém é melhor que ninguém". Branco, negro, pardo, indígena, o que importa isso? Todos temos sangue vermelho nas veias, não é? E um bom cérebro que, sendo bem utilizado, pode nos levar aonde quisermos. Não há limites para nossos sonhos e objetivos, mas o mérito só é verdadeiro se lutarmos de igual para igual. Cotas de acordo com a cor da pele, supostamente criadas para reduzir o preconceito e a desigualdade com os brancos (se é que a miscigenação não destruiu este rótulo) só aumentam esse abismo e mascaram a cara de pau do governo que não tem capacidade de cuidar da educação.

terça-feira, 13 de maio de 2008

De véu e grinalda


Para o Tudo de Blog


E daí se eu for caretinha? Eu tenho o direito de casar de branco, de jogar buquê e de dizer "sim" no altar. E de me casar com o homem que amo também. Por quê não?

Não encaro o casamento como "mais uma velharia do século passado", nem como "mais uma armadilha pra pegar trouxa", nem como "o túmulo do amor" (pra ser mais lírica), nem vejo nele uma utopia ingênua de histórias infantis. O casamento é, em essência, e sempre vai ser, a união de duas pessoas que se amam e realizam o sonho de compartilhar suas vidas um com o outro. É a força mais bela que sela o amor de um homem e de uma mulher. Há quem o encare como uma tentativa, o que é um erro. Casamento exige certeza, entrega, dedicação, paciência (como em todo relacionamento), perdão e, principalmente, amor. Trata-se de muito mais que um vestido branco e uma aliança dourada: é dizer sim ao amor da sua vida.

Como todo desafio, pode haver pedras no caminho. Mas não deixa de ser uma grande aventura essa história de amor, fazendo da tristeza alegria e da dor um sorriso até que a morte os separe.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Alegria, alegria!


Sou um palhaço que ri
Com minhas meias três quartos
Com meus tombos ensaiados
Entre tons e devaneios

Eu sou a arte que ri
Sou a comédia e o drama
E sou a farsa e a sátira
Entre poemas e cores

Ah, eu sou a vida inteira!
Meus olhos estampam os beijos
Do meu grande amor
Lágrimas me saltam aos olhos
E me dissolvem a dor
E me desapertam o peito

A vida me surte efeito
E eu respondo a isso
Com o calor do meu riso
E sem vergonha na cara

Eu escancaro meus lábios
Até tocarem as têmporas
Meus olhos dão cambalhotas
E se contorcem de rir!

E grito, enfim
Por entre um brado de júbilo
Por entre um riso estrambólico:
Alegria, alegria!

sábado, 10 de maio de 2008

sonho de menino


Eu nunca mais me esqueci daquela feição de mulher.

Tinha eu oito anos, mas bem me lembro que foi a primeira vez que me deparei com uma princesa dos contos de fada que eu ouvia na escola. Eu estava esperando minha mãe vir me buscar na escola, quando resolvi ver o que estava havendo na quadra. Ah, era a turma da sétima série ensaiando uma coreografia.

Quando eu pus os olhos nela, vi um pedaço de rosa, sonho e mulher.

Ela sorria. Enigmática, ria. Mas que cores radiantes, que força tão intrigante saía daquele sorriso! Parecia que ela iria mudar o mundo com aqueles dentes e aquelas covinhas tão bem desenhadas. Movia o pescoço devagar, girava o talhe esguio, e, à medida que desenhava a coreografia no ar, seus longos cabelos ondulados aeravam-se, executando um vôo tão lento e delicado, que eu me pus a pensar que foi ela quem inspirou o vôo das borboletas.

Tinha uns treze anos ela. Era menina, eu sei que era. Mas, naquele momento, tinha um não-sei-o-quê de mulher, de bailarina, de borboleta e de fada, que me deixou intrigado. Eu era só uma criança. Mas comecei a sentir que aquele conto de fadas me levou a ser rapaz por um instante.

As outras meninas que estavam ao redor foram todas ofuscadas. Todas perderam o brilho, agiam como planetas que giravam ao redor do sol. Ela era única e incomparável. Pedaço de rosa, sonho e mulher. Conto de fadas e realidade. Música e poema. Brincadeira e fantasia. O sorriso e a lágrima.

Minha mãe chegou e me tomou pela mão. Eu precisava ir, mas não queria. Meu corpo se movia, mas meus olhos não saíam mais dela.

De repente, uma olhadela. Ela piscou e sorriu. E foi pra mim! Eu sei que foi.

Nunca mais a vi na escola novamente. Às vezes, me pergunto se não passou de alucinação. Mas eu nunca mais fui o mesmo depois daquele sorriso.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Notinha de rodapé atrasada

Caríssimos leitores e blogueiros:

Estou sem PC, sem tempo, sem lenço e sem documento. Por favor, tenham paciência. Não tenho podido atualizar o blog com freqüência, mas farei o possível.

Continuem ligados no jornalistateen!

Lu

Mães e filhas


Para o Tudo de Blog


Minha mãe é a mulher mais valente que já conheci. Ela é mais que mãe: é meu pai e minha amiga com a qual posso contar toda hora. Me criou sozinha, é batalhadora, e me ensinou muita coisa que eu vou levar pra vida toda. Ela me formou como ser humano, e me ajuda a ser mais forte e melhor a cada lição aprendida.


Nunca deixou faltar bronca quando eu precisava, mas nunca deixou faltar um "eu te amo" também, nem um abraço quando eu chegava em casa chorando, nem um bolo de chocolate no fim de semana. Às vezes eu chiava, batia o pé e achava ruim quando ela me repreendia. No fim, acabava vendo como ela tinha razão, e dando graças a Deus por tê-la ouvido. Com ela, eu sei que posso contar realmente.


Devo grande parte do que sou e do que ainda serei a você, mãe. Te amo muito. Obrigada por tudo.