sábado, 27 de fevereiro de 2010

Momento mulherzinha

Acho tão engraçado tudo isso.

Seja o fato de eu adorar trocar de esmalte a cada dois dias, seja o cuidado meticuloso e sagrado que tenho com meu cabelo, seja o fato de eu montar cada look de véspera para usar na faculdade. E tem o ritual da maquiagem, sempre que a ocasião pede (adoro apostar na dupla delineador gatinho + batom vermelho, que vai com tudo). Sem contar as trocentas latas de bijuterias transbordando de coisas fofas e coloridas. Sim, assumo: sou muito mulherzinha. Adoro me depilar com cera, fazer babyliss, tranças, passar aquele gloss, nem que seja pra ir daqui à padaria, ou ficar toda felizinha quando aparece um programa de domingo à tarde, só pra poder arrasar no modelito.

Daí, tem gente que pensa: "nossa, que fútil!". Mas, sinceramente, desde quando ser feminina é ser fútil? De que adianta ser um poço de intelectualidade, se a primeira coisa em que vão reparar é que você tem bigodes, seu cabelo tá ruim e suas roupas são super sem-graça? Aliás, você é sem-graça. É até uma questão de respeito com a própria imagem, de amor-próprio! Qual o problema em ser mulherzinha? É aí que mora a graça de ser mulher.

Tem também as mulheres-modernas-do-século-XXI mais xiitas, dizendo: "ser mulher é muito mais do que isso". Tá, pode ser, mas não é porque queimaram os sutiãs em praça pública que vou sair de farol aceso por aí, falo mesmo. Custa ser um pouco feminina? Ou será que cera quente queima neurônio e chapinha emburrece? Por favor, né? Ninguém precisa ser bonita ou inteligente. Aliás, isso, sim, quem impôs foi a cultura machista. Talvez porque muitos homens ainda tenham medo de mulheres bonitas e inteligentes.

"Mulher sofre", diz o povo. Mas não levo isso tão ao extremo assim. Acho que são "ossos do ofício" de ser mulher - mais do que isso, acho divertido! Isso já se tornou parte do que é ser mulher pra mim. Um pouquinho de vaidade não mata - faz bem!

Aos homens, resta fazer o que sempre fizeram: babar. Às não-vaidosas, resta não reclamar se ninguém as olhar.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Guita

Nunca precisei de você tanto como agora, nem te desejei mais.

Minhas mãos já se sentem perdidas, me sinto trepidar. Parece que já não sei mais como lidar com a gente.

Sinto falta de ter você nos braços, de correr os dedos por seu corpo, de tocar você. Falta de fechar os olhos pra te ouvir cantar. De ter pra onde correr toda vez que me sinto feliz demais, triste demais, ou tão-somente confusa.

E, se eu procuro sua canção em outros timbres, outros corpos, já não faz tanto sentido.

E é só você. Só você é quem pode me fazer ouvir e sentir tudo o que preciso. Porque eu quase morro de ciúmes de você, porque você só pertence a mim, e a mais niguém. Por isso, conto os dias. Essa ausência que não cala, vem calar com tua voz.

Vem me ouvir também. Tenho tanta coisa pra te cantar. Tantos sentimentos na minha vida, meu amor. Tanta coisa que não sei o que é, tanto amor no coração, tanta música pra escrever. É por isso que eu te preciso tanto. E que eu canto. Porque você me entende. Porque você me faz ouvir a mim mesma de um jeito que jamais pensei que fosse possível. Suas cores, sua melodia. Minha voz, sua voz. Sua vez.

Guita, minha violinha, você é e será meu amor da vida inteira, mesmo quando todos os outros chegarem e outros amores se forem. Você sempre estará lá, num canto do guarda-roupa, só esperando pra me ver sorrir.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Se eu pudesse ter um superpoder, com certeza esse seria o de ler pensamentos.

Nada é mais angustiante do que tentar decifrar olhos e atitudes, ou relembrar um certo passado que gostaríamos que jamais tivesse existido, ou tentar mudar as coisas de uma hora para a outra. Ou coisa assim.

Saber que palavras podem ser vazias, ou que aquilo que um dia foi dito pode não valer mais nada hoje. Ou pensar que fomos esquecidos novamente. Esquecidos pelo mundo. Esquecidos por nós mesmos.

E procuramos um restinho de felicidade lá no fundo, bem no fundo do baú da alma - um novo estado de espírito. E vemos muita coisa que não queríamos rever, outras que fazem tanta falta, e até mesmo alguma lembrança boa da infância. Coisas da vida inteira.

Mas sabe mesmo o que realmente importa nisso tudo? É que, mesmo que eu não decifre o enigma de um olhar, ou não saiba quem sou por um segundo, ou não consiga mudar tanto assim, sinto braços me segurando. Vejo olhos cuidadosos que não pedem para ser decifrados, mas que querem me decifrar. E me curar de mim mesma. E me entender, e acalentar, e acolher, e me mostrar que não há medo ou perigo nesse mundo que possa roubá-los de mim e que, mesmo que eu seja só uma menina medrosa e chorona, ainda posso me tornar uma mulher e enfrentar a vida.

Às vezes, acho mesmo que tenho anjos da guarda. De carne e osso.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Emoção fatal

Havia quem dissesse que ela era viciada em adrenalina.

Porque, para ela, não havia perigo que bastasse. Ou obstáculo que a segurasse.

Esportes radicais. Saídas de madrugada, sozinha. Deixar os documentos em casa. Disparar pela avenida em pleno rush, fazendo os carros buzinarem alto, as pessoas xingarem, o coração disparar.

"Louca", diziam. Tudo o que conheciam dela era aquela urgência de fazer alguma loucura.

E tudo o que ela queria era algo mais. Algo que ela não conhecia. Algo além de oxigênio e diversão. A plenos pulmões, ela procurava algo que durasse um pouco mais do que as descargas de adrenalina que essas loucuras proporcionavam. E ela não sabia o que era.

E nunca soube.

Me contaram que morreu jovem, numa dessas de atravessar avenida em sinal verde. Morreu triste, ainda. A mesma adrenalina que a mantinha viva foi o que a matou. Mas, quando o socorro chegou e a vida já estava indo embora, ainda esboçou um sorriso triste e lânguido, e tudo o que conseguiu dizer foi "emocionante".

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Meninas são tão mulheres, seus truques e confusões.

O que mais intriga é o mistério. Principalmente quando vem acompanhado da sedução. Ou vice-versa.

Correr os olhos pelos traços do rosto, fugir de leve, sorrir de mansinho, chegar de surpresa, decifrar pensamentos enquanto imagina o que pode acontecer. O que vai ser.

O frio, o arrepio, o piscar de olhos, o pulsar. Tudo acontece tão rápido, tudo se confunde tão de repente, tudo se mistura na atmosfera de cheiros e palavras não-ditas. E gestos impensados. Instintivos.

E tudo vai nascendo, e crescendo, e envolvendo tão sutilmente, o cheiro do café, do perfume, da música, da imaginação. E os toques se retocam, e os rostos se enroscam para, tímidos, enrustirem-se. Retaguarda.

Algo mais. Imagens num espelho, silenciadas palavras, apelos. Pelos e pele. Palma.

E a solidão se faz de dois, sozinhando juntos no asfalto.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

O fim e o recomeço

Pois é, o Tudo de Blog acabou.

Escrever para a Capricho foi uma das coisas mais legais que já me aconteceram - e um fato que trouxe inúmeros de vocês, antes curiosos, hoje fiéis leitores, até meu blog. A revista quis dar uma inovada, partir para fanfics, já que, talvez, a popularidade do TDB já não era tão grande quanto pensávamos (e esperávamos). Mas foi bom!

Foi bom fazer amizades com as meninas do grupo (que são incríveis e escrevem super bem), sair três vezes na revista (sem contar os links do leia+) e incontáveis vezes no site, receber os e-mails divertidíssimos da chefinha-diva Nathalia Duprat, rir horrores nos janelões do MSN e ver que a popularidade do blog aumentou bastante. E era bem divertido ser parada no supermercado, na faculdade e na rua e me perguntarem "foi você que saiu na revista?". Cara, isso é tão bom! É tão bom ser reconhecida pelo que você faz, e o TDB foi uma porta pra isso!

E fiquei bem triste pelo fim do TDB. 99 posts, 2 anos da minha vida. Um presente que veio junto com a aprovação do vestibular. Mas estou feliz por ter tido a chance de ter esta chance (uau, que construção frasal foi essa? rsrs) e também por ter conhecido gente tão legal como as meninas do grupo (um alô especial pra Becka, pra Sam e pra Thamy).

Mas a gente não vai parar por aí, não. Aguardem nossa surpresa. E continuem acompanhando o Rosas Inglesas, que está mais na ativa do que nunca. O TDB acabou, mas o meu blog continua sempre aqui, já que, através deste projeto, descobri que minha vocação é ser para sempre blogueira!

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Quando eu crescer

E, às vezes (tá, quase o tempo todo), me pergunto o que é que vou ser quando eu crescer. Mais precisamente, quando eu me fomar. Ou seja: 2 anos.
E a verdade é que tenho medo. Tenho medo porque o futuro é incerto.
"Ainda tem chão", diz a sábia voz maternal. "Ainda há muito para acontecer, mil chances". Mas o tempo não perdoa, e corre cada vez mais rápido. E descubro que tudo o que quero da vida é fazer (quase) tudo. Porque gosto de jornalismo, de música, de moda, de desenhar, de escrever, de traduzir, de idiomas, de História, de inventar. Mas já dizia a sabedoria popular que "quem muito quer, nada tem". Tenho medo de querer tanta coisa assim, e acabar não fazendo nada disso. Medo de sonhar alto demais, e ficar só no sonho.
Dizem que "o futuro já começou". Já pararam para pensar no peso intimidador dessa frase? O tempo corre, e há tanto a ser feito! Há tantas oportunidades lá fora, que não quero perder nenhuma delas. Mas será que elas me levarão ao lugar certo? Ao lugar onde eu deveria estar?
Respiro fundo e oro. Oro para que minha mente se abra e para que, claro como cristal, possa enxergar o que me espera. E a solução é: foco no presente. Olhar para frente, sem deixar de medir meus passos no chão. E saltar sem medo. A vida é mesmo perigosa. E é isso o que nos apaixona.
E guardo a fé, esperando sempre pelo melhor.
Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou no coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam. I Co 2:9

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

A culpa do silêncio

Certas verdades são mais fáceis de se dizer às pessoas erradas. Certas liberdades são mais facilmente tomadas quando a intimidade ainda não aflorou. Porque, acredite, intimidade, por vezes, afasta muito mais as pessoas do que as une. É muito mais complicado dizer verdades perigosas olhando nos olhos de quem conhecemos, do que dizer qualquer coisa-à-toa para quem não faz, assim, tanta parte das nossas vidas. E o orgulho nos sufoca, e se torna difícil preencher o silêncio com tudo aquilo que deixou de ser dito. Há sempre um "mas", um "porém", um "talvez", um "não". E o tempo passa, e as pessoas vão se afastando, e a chama vai esmaecendo cada vez mais. E o que sobra do incêndio são dois completos desconhecidos; um ao outro, e a si mesmos. Tanta coisa muda, acontece, se transforma. São dois planetas estranhos, são dois corações doloridos (ou tão-somente indiferentes, frios). E tudo aquilo que viveram, e todo o resto que poderia ter sido vivido, parece que nunca existiu. Que já não faz sentido.

E o tempo vai passando, impassível e cruel. E continuamos a agir como se nada mais tivéssemos a dizer um ao outro, como se nada jamais tivesse sido dito, como se nada tivéssemos sentido. E seguimos nossos caminhos, como se faltasse alguma coisa, nos recusando a aceitar que a culpa foi do silêncio.

Quando chove

Quando chove,
Deixo a vida correr
Pelo rio insaciável
Do meu viver

E me deixo levar
Pelo instinto mais puro
E nem mesmo me seguro
Deixo o vento me levar

Penso em todos os tempos
Penso em todos os sonhos
Em todos os amigos
Em todas as possibilidades

E me deixo levar
E me deixo molhar
Dançando pelo infinito
Uma canção que desconheço

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

O que aconteceu com o Rosas Inglesas?!

Calma, gente! Muitos de vocês devem ter se perguntado isso, ainda mais porque não conseguem comentar no blog! Então, é que eu ainda estou fazendo alguns ajustes no layout novo, sabe... e vocês sabem que esse negócio de html dá uma dor de cabeça lascada! E, pra ajudar, estou sem internet e operei os dentes do ciso, então, tudo o que peço a vocês é paciência, e que não me abandonem, apesar de tudo... =/

Em, no máximo, duas semanas, as coisas vão voltar ao normal, prometo.

=*