sábado, 26 de setembro de 2009

Barraquinha


Estava mergulhada no tédio, neste sábado à noite tão chato (como quase todos os que passo nessa cidade), mais enrolando do que fazendo uma dissertação de Inglês, quando vi essa foto aqui em cima no blog da Baby C. E, de repente, me lembrei de quando eu era criança. Acho que todo mundo já fez uma barraquinha de lençóis como essa, ou coisa parecida, com cadeiras e tal. E me deu uma vontade louca de fazer isso de novo, estourar pipoca, chamar alguém querido e ficar contando segredos e peripécias reais ou imaginárias, dando risada, mãos dadas, até o sono vir e, cansados, adormecermos, alegres. Como num sonho infantil.

Como sou boba. =)

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Performance

Querer
Saber
Dever
Poder
Fazer
Tantos modos de
Ser

Tão mais fácil querer
Tão difícil saber
O que é de dever
Quando é fraco o poder
Quando falha o fazer
E o prazer

***

Desculpem, só consigo escrever poesia ultimamente.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Protesto


A Capricho cortou, mais uma vez, a sessão Tudo de Blog da revista, por questão de conveniências. Sem levar em conta o fato de que nos empenhamos para fazer bons textos sem receber nada por isso, simplesmente porque amamos essa coluna. Isso se chama falta de respeito, consideração e ética profissional, não só com a gente do Tudo de Blog, mas com todas as leitoras da Capricho.

Claro. Isso é Brasil. E não é muito diferente de censura.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Razão e loucura

Uma lágrima cai
Quando os anjos caem do céu
Quando o vidro se quebra no chão
Sem talvez, nem não.
Sim?

O sentido
A razão
E a loucura
Serão?

Perdão.
Por quê?
Parei
De ser.

E tentei mais uma vez
E a verdade voou
E o sentido não fez.
Não?

Talvez.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Ferromagneto

"Preciso de uma chance
De tocar em você
Captar a vibração
Que sinto em sua imagem"

Fixação - Kid Abelha

E era mais um daqueles amores impossíveis.

O Norte e o Sul. Se amavam loucamente. Iguais, diferentes, paixão e ciúme. Se atraíam, se descarregavam de tanto se quererem. Mas se repeliam, pois a vida os quis grudados de costas um para o outro, sem que nunca se encontrassem. Inseparáveis seriam, mais ainda intocáveis. Polos completamente opostos, mas tão gêmeos, almas eletromagnéticas. Pertenciam ao mesmo plano e ao mesmo desejo, mas estavam fadados a passar a eternidade se desejando, sem nunca, nunca se tocarem. Ironia do destino, lugar-comum do amor.

Ou como a coisa certa na hora (ou cincunstância) errada.

sábado, 19 de setembro de 2009

Nada sei


E se você me quiser,
eu digo, como mulher,
o que é que posso fazer?

E se você me olhar
daquele jeito, será
que a gente vai se entender?

E se eu, então, lhe disser
que não consigo entender
e não sei o que fazer?

E se eu também lhe quiser,
mas a gente não puder,
então, como é que vai ser?

Há tempo enquanto houver vida

Para o Tudo de Blog

Nunca é tarde para mudar de vida. Abandonar velhos hábitos, cortar o cabelo (que você pretendia deixar crescer), terminar aquele namoro ruim das pernas, aprender um novo idioma, um instrumento, um outro modo de ver as coisas. Nunca é tarde para mudar de opinião, de casa, de companhias, de curso. Nosso maior erro é achar que devemos terminar tudo o que começamos, mesmo que estejamos infelizes e insatisfeitos, só por estarmos naquilo há muito tempo. E, enquanto isso, a vida vai passando e nós perdemos mais tempo. Por isso, nunca é tarde para fazer o que realmente se quer fazer. Basta tentar sem medo; a vida passa muito rápido, mas, enquanto ela ainda existir, nunca é tarde.

***

Ok, ficou super "auto-ajuda". Acho que é o dia chuvoso que está me deixando assim. Se eu não tivesse que cantar na faculdade em duas semanas, correria para um banho de chuva. Mas a gripe não perdoa minha garganta, então, melhor não arriscar!

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Quem é o seu deus?

Um delírio? Um fanático? Um tirano? Um velho de barbas brancas e camisola, chato e careta pra caramba, que só quer o seu dinheiro? Um "deus castiga"? Um deus que te dá as costas? Um deus distante, inalcancável, inatingível? Um não-deus? Um deus que não existe? Você é o seu deus? O dinheiro? As posses? As paixões deste mundo? A fama? Um ídolo? Uma estátua? Uma imagem? Uma convenção? Uma invenção? Uma jogada comercial? Alguém para quem você só apela quando está na pior ou por interesse? Algo que não se discute? Uma chatice? Uma bobagem? Um mandão? Alguém que não se importa com você? Alguém que te pôs no mundo para sofrer? Uma lenda? Um fantasma? Um vilão? Uma mentira? Alguém em quem você não pensa muito? Um ignorante? Um perdedor? Um pecador? Um ultrapassado? Uma perda de tempo? O "ópio do povo"? Coisa de desocupado? Coisa da sua cabeça? Alguém que ri da sua cara sentado em uma nuvem? Alguém que gosta de brincar de destruir? Um manipulador? Um morto? Um pobre-diabo?

Que pena. O meu Deus é maiúsculo, maravilhoso, incrível, está vivo, me ama e deu a vida por mim. E, ainda por cima, te ama e não desistirá de você, mesmo que você ache tudo isso dele.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Só meu

Não deixe batom nos meus lábios. Deixe a porta aberta, me convide para entrar. Me peça em casamento com uma aliança de papel. Mexa no meu cabelo, me irrite, me tire do sério.Me contrarie. Tenha defeitos, desejos, seja humano. Me deixe ir com você, e esteja comigo onde eu estiver, não importa o que aconteça. Me segure pela cintura, repare nas minhas unhas, lembre de mim quando chegar em casa. Goste de conversar, mas me ouça. Fique ao meu lado em silêncio. Me estude. Segure minha mão, beije minha testa, me faça cócegas. Espere eu terminar. Goste de poesia, de música antiga. Use um bom perfume, e não precisa pentear os cabelos. Seja inteligente. Me olhe nos olhos. Me mande bilhetes, me faça desenhos. Ria das coisas que eu digo, mas me leve a sério. Me deixe ser a coisa mais linda que já te aconteceu. Cozinhe para mim, nem que seja comida de microondas. Queira conhecer o mundo comigo. Não mude por mim. Seja completo para me completar. Esqueça nossas datas, mas venha correndo no dia seguinte com desculpas e flores roubadas. Me deixe em paz de vez em quando, mas não me deixe. Seja bobo, me surpreenda. Tenha paciência comigo. Vamos ficar abraçados, quietos, pensando um no outro. Saiba o que quer e o que eu quero. Tenha a cara-de-pau de plagiar todos os clichês românticos ao meu lado. Faça loucuras possíveis, mas seja imprevisível. Seja misterioso, me deixe te desvendar. Te desafio a manter-se loucamente apaixonado. Se guarde somente para mim. Valorize o nosso amor. Não se preocupe com o que vão dizer. Só me ame, nunca desista.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

De vista

Foi estranho ver aquele cara passar de novo.

Eu estava ali, na pracinha da faculdade, vendo a vida passar, matando tempo, aula e economizando paciência. Aquele silêncio das seis, véspera de feriado e o câmpus quase vazio. Tentava ocupar os pensamentos procurando pontas duplas no cabelo, para esquecer a velha insegurança que me perturbava.

E o vi passar pela segunda vez -- aquilo quase me salvou o dia.

Bonito. Nada de extraordinário, devo dizer. Mas era bonito, era bom olhar para ele. Embora sempre passasse tão rápido e sério, pude notar uma sombra de covinha no canto esquerdo dos lábios. Estremeci um pouco. Bonito e charmoso.

Passou rápido, correndo com os livros de Cálculo na mão. Acho que ia pegar o ônibus. Claro, um bonitinho desses não iria ficar dando sopa por aqui em véspera de feriado. Mas devia ser responsável, pois não quis perder aula para ir embora -- hábito de 95% dos universitários na mesma situação. E devia ter namorada. Todos esses caras tem. Os bonitinhos de jaleco. Alguma garota de Humanas, ou uma colegial de sua cidade. Talvez se casem. Talvez terminem no fim do semestre. As coisas mudam. Talvez ele caia na real e se apaixone loucamente por alguma nerd de Exatas...

Não, não devo ter tantas esperanças assim. E não estou apaixonada. Ele é só bonito, poxa.

Só por isso, ele não salvou meu dia. Mas me fez sorrir de leve.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Cai fora, Lady Gaga!


Para o Tudo de Blog
Capricho pergunta: para quem você daria um cartão vermelho?

Queridinha, não sei de ONDE tiraram que você tem talento com essa sua musiquinha-chiclete. Além disso, você é brega (um crime fashion em pessoa), sai quase pelada na rua, e, ainda por cima, se acha! Então, minha filha, eu vou olhar bem nessa sua poker face, chamar todos os paparazzi, e te dar um red card pra combinar com sua roupitcha (?) encharcada de sangue do VMA ontem. Ah, só pra avisar: já inventaram O.B., darling!

domingo, 13 de setembro de 2009

Grande menina, pequena mulher

Para o Tudo de Blog
Amadureci cedo, bem cedo. Tive infância, sim -- brinquei de Barbie, corri na rua, nadei em rio, subi em árvore. Mas sempre soube que essa história de Papai Noel , Cegonha e Coelhinho da Páscoa era tudo mentira, e tinha pena das outras crianças que acreditavam nisso. Fui amadurecendo cada vez mais a partir do momento em que percebi que minha mãe tinha que me criar sozinha, lutando com dificuldade para por comida na mesa, e que carne e doces não seriam coisas de todo o dia em nossa casa. Da particular, passei para a escola estadual, que levei com a mesma seriedade que a primeira. E depois vieram dois assaltos, que nos obrigaram a mudar para uma cidade pequena. Aí, eu caí na real: a vida não é fácil. As pessoas tem problemas e precisam lutar para, ao menos, sobreviverem nesse mundo -- e eu fazia parte dele. Com minha mãe, aprendi a lutar desde muito, muito cedo, e aprendi a ser madura antes da hora. Doeu, mas abriu meus olhos e impediu que a vida me iludisse, como via acontecer com tantos adultos.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

19

Não vou falar de velinhas em bolos. Não sou mais criança. É, não sou, e a ficha ainda não caiu. Então, por que é que insisto em agir como uma? É por isso que não me levam a sério.

Quem disse que quero mesmo ser levada a sério?

É, dezenove, quase-vinte. Toda hora em que penso em minha nova idade, ela já puxa a idade que ainda nem está perto de chegar. E sabe que você percebe que, quanto mais rápido o tempo passa, mais velho você está ficando. Quando eu era criança, no auge de meus sete anos de idade, achava um ano uma eternidade, queria crescer logo, por toda lei, e pensava: "caramba, já tenho sete anos. Mal posso esperar para fazer dez." Talvez pelo fato de que as crianças "grandes" da terceira série pareciam tão descoladas... e "adultas".

Gostaria mesmo de fugir de reflexões etárias, cronológicas, sei lá. Mas, quando se está na última idade de teen, isso se torna meio inevitável. Enquanto as meninas da minha idade (ou mais novas) fazem o maior esforço para se vestirem de modo a parecerem mais velhas e sensuais, eu continuo usando tique-taques no cabelo e macacões coloridos. Mas sou menina quando quero, e mulher quando convém.

Dezenove, quase-vinte. Não estou vivendo o amanhã - é inevitável: depois do nove, sempre se espera o dez. E ainda pedem meu RG toda vez que vou viajar. E ainda me perguntam se tenho quinze anos. E ainda se surpreendem com essa cara de criança. E não, não me levam a sério. Mas também, não faço muito esforço para me levarem. Basta que eu abra a boca, e já entrego o ouro. Não sou mais criança. Ou sou e não sei. Ou não quero deixar de ser.

Amanhã, meia-noite. Feliz aniversário.

***

Hoje é aniversário da minha mãe-chiquérrima, e amanhã é o meu. Não poderia deixar de citar a maior fã e incentivadora deste blog e da que vos bloga! Mãe, te amo, e parabéns! *-*

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Estrelando Louise Mira


Para o Tudo de Blog

Vivo uma comédia romântica, mas sou a rainha do drama. Tento bancar a mocinha quando, na verdade, sou a anti-heroína. Gosto de velharias e música boa; amo estar entre amigos, mas aprecio a solidão. Não sou bem a líder-de-torcida-loirésima-comercial-de-xampu dos filmes americanos; meu cabelo é vermelho-berrante e cacheado, mas uso as roupas que quero e faço questão de ser quem eu quero, deixando as pessoas livres para pensarem o que quiserem. Já vivi um amor desses de cinema -- momentos de sonho de menina -princesa; cultivei amigos, contei estrelas e minutos para aquela aula chata acabar. Às vezes, me passa pela cabeça uma vontade louca de largar tudo e virar rockstar; amo palco, amo cantar e ainda gravo um CD. Gosto de sonhar acordada, quero ser mil coisas quando crescer. Gosto do diferente, sem ser do-contra. Mas não fico esperando príncipe vir me salvar - vou lá eu mesma e mato o dragão! Gosto da ideia de mudar o mundo, gosto de revolução, não só por achar bonito. Acho tudo muito careta e, às vezes, sou muito chata.Vim, literalmente, de um reino distante, e passo os dias a sonhar com um futuro não tão distante assim. Já tentaram me tirar de cena, mas ah, eu não sou fácil. E de uma coisa estou certa: não, eu não nasci para ser coadjuvante.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

On fire

Após um longo feriado, aventuras e desventuras, voltei pra ficar. Ainda não terminei de por todos os badulaques de volta no blog, mas espero que vocês tenham curtido as mudanças. Resolvi dar uma cara mais "patricinha" pro Rosas - com uma pegada vintage, que eu adoro! Claro que eu tenho 172662535336 traduções pra fazer, mas prefiro ficar aqui, escrevendo. Tudo bem, tradução tem toda hora pra fazer; inspiração, não.

Pois é: tô ruiva, ruivíssima da silva! É um sonho de consumo antigo. Meu cabelo estava com um corte super caretinha (era bonito, mas era careta!), e eu ficava naquela conversa de avó de "não-pinta-esse-cabelo-pelamordedeus-senão-estraga". Mas morria de vontade de ficar igual à Marimoon ou à Joss Stone. Achei que a segunda combinava mais comigo, então me inspirei nos seus belos cachos de fogo, e lá fomos nozes. Aproveitei a onda da fase de mudanças pela qual estou passando, e por que não mudar o cabelo?

E, cara: arrisquei e me senti MUITO bem!

Dei adeus ao corte careta e à franja comprida, e desfiei o cabelo inteirinho para ficar com mais volume (é, eu ADORO volume, ao contrário de muita gente). Cabelo cacheado é uma coisa de louco pra cortar, né? Ainda bem que minha cabeleireira é loucona feito eu e entendeu o recado!

Depois, fui para as mechas (feitas pela mamãe que, pasmem, é muito boa nessas coisas!) vermelhaças. O efeito ficou MUITO doido!

E eu fiquei assim:



Adorei ficar ruiva! É muito divertido!

E aí, gostaram? Fiquei parecida com a Joss?

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

B-day!


Tá, ainda faltam dois dias. Mas olha só, estraguei parcialmente o layout do meu blog, tô indo viajar amanhã, vou sumir no feriado, e digamos que minha vida tá de pernas pro ar. E eu tô falando sério. Ah! E, se eu ouvir essa tapada da Lady Gaga cantando suas musiquinhas toscas mais uma vez, eu vou a pé lá na gringa e esgano-a pessoalmente.

E o blog está em reforma. Claro que vocês já perceberam o layout novo! *-* Mas ainda faltam muitos ajustes, com os quais não vou mexer até o fim do feriado.

Mas este blog está completando DOIS anos! Caaara, é uma vida. Exagerinho, mas me deixa ser feliz! Aliás, a gente vê cada blogueiro por aí que já teve uns 30 blogs, e eu tô no meu primeiro, firme e forte! Isso me dá um orgulho...

Este blog contém dois anos de história(s). Pessoais, inventadas, poéticas, patéticas, fúteis, cults, divertidas, dramáticas, subentendidas, escancaradas. Você não vai achar o que espera, mas espero que ache o que precisa!

Não vou ficar enrolando. Tô vivendo uma tragédia grega (só que com requintes de cor-de-rosa), não estou nada, nada poética hoje, tô quase indo MESMO esganar a Lady Gaga, e parabéns pra você, Rosas Inglesas. Parabéns pra vocês, leitores e leitoras. Parabéns pra vocês, meus seguidores (se você ainda não segue o Rosas, que tal nos dar esse presente de aniversário?!). Parabéns, parabéns, parabéns. Muitos e muitos posts, sorrisos, lágrimas, gargalhadas e reclamações. Muitos e muitos leitores, comentários, pensamentos e opiniões (re)formadas.

É isso.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Carnavalizar, carnavalize-se, carnaval

E foi então que ela decidiu mudar.



Pulou da cama, cortou os cabelos e os carboidratos, pôs uma flor no cabelo, limpou o armário de todas aquelas roupinhas-de-todo-dia, fez chá, ligou o som no último volume (música clássica, per piacere), tomou uma ducha gelada, lavou a alma, espantou os males, ficou em paz. Suspiro. Aliás, suspiro, não - ela soltou todo o ar dos pulmões, esvaziando-se para dar lugar às asas.

Um grito cortou o ar. Porque, para se tornar independente, alguém precisa gritar.

Já havia chorado demais por passados de menos. E estava mais do que na hora de um pouco de subversão.

Não que a mudança não doesse. Mas era preciso esticar-se com toda a força. Doer, doía. Mas aquela história de jogar confetes parecia divertida.

E daí? Sem rebeldia, não há libertação. Máscaras, tesouras e telefonemas ignorados estão aí para isso.

E dentro dela já era carnaval.