Pulou da cama, cortou os cabelos e os carboidratos, pôs uma flor no cabelo, limpou o armário de todas aquelas roupinhas-de-todo-dia, fez chá, ligou o som no último volume (música clássica, per piacere), tomou uma ducha gelada, lavou a alma, espantou os males, ficou em paz. Suspiro. Aliás, suspiro, não - ela soltou todo o ar dos pulmões, esvaziando-se para dar lugar às asas.
Um grito cortou o ar. Porque, para se tornar independente, alguém precisa gritar.
Já havia chorado demais por passados de menos. E estava mais do que na hora de um pouco de subversão.
Não que a mudança não doesse. Mas era preciso esticar-se com toda a força. Doer, doía. Mas aquela história de jogar confetes parecia divertida.
E daí? Sem rebeldia, não há libertação. Máscaras, tesouras e telefonemas ignorados estão aí para isso.
E dentro dela já era carnaval.
Um comentário:
Adorei esse texto! Liberdade, não é o que todos procuramos??
;*
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