terça-feira, 30 de setembro de 2008

Vontade louca de gritar.

Grito.
Que me sufoca preso na
Garganta.
Que me asfixia e não me
Espanta.
Como algo preso numa
Armadilha.
Como indigente morto na
Guerrilha.
Fechar a boca,
Engolir o sangue.
Prender a lágrima
Presa no peito.
E padecer ante o mal
Que foi feito.
E as têmporas tapar
Com um sussuro.
O aperto que me resta
Sobe ao peito.
Do peito, donde vem
Me desce à alma.
Como eu queria
um pouco mais
de calma!
Como eu queria
Arranjar um jeito!
Já não consigo sufocar
O grito.
O grito que me amarra
A garganta.
Se me taparem a boca,
Pego o apito.
Se me matarem,
Minh'alma se acalanta.
Da flor que morre
Nasceu um suspiro.
Do anjo torto
Veio a redenção.
Tirada a venda,
Espare a escuridão.
À multidão um
grito eu atiro!

O
...O
O
...O
......O
.........O
......O
...O

Liberdade, liberdade!

[Continuo na correria. E isso me fez querer gritar um pouco hoje! Em breve, termino o folhetim.]

domingo, 28 de setembro de 2008

Este blog terá uma semana corrida!

Bom, é como eu disse no meu outro blog, essa semana vai estar osso! Vou ter palestras, minicursos e afins todo dia, o dia todo, por causa da Semana do Tradutor que vai ter lá na facul. Portanto, I'm so sorry, mas não é garantia de que atualizarei o Rosas diretão, e a história do Gabi e da Angel talvez tenha que ter seu suspense prolongado... =(

Que bom que vocês são leitores compreensivos! É por isso que eu adoro vocês! ^^

Voltarei em breve!

Beijosmeliga,

Luly

Jeans e um par de asas (III)

Tá perdido, né? Veja o que aconteceu antes, nas partes (I) e (II)!

Passos na escadaria. Ela ouviu, mas permaneceu inerte. Não sentia vontade de se mover; estava hipnotizada pelo grande cottage cheese, aquela lua enorme e nova, aquele sorriso que rasgava os céus de alto a baixo. Os seus olhos, como dois planetas azuis, haviam entrado em órbita com aquele satélite, onde estrelas e garoa eram cenário de uma galáxia infindável. E ela apenas respirava, e sentia aqueles passos baterem junto com seu coração. E esperava, esperava pelo que tivesse de acontecer. Sem temer, só aquela paz enorme por dentro.

Sim. Era Gabriel. Ele não entendeu como alguém havia descoberto o seu esconderijo naquele lugar abandonado. Talvez tivesse deixado a porta aberta. O que ele estava vendo? Uma menina? Uma menina com um pirulito, e cachos negros, e as listras do arco-íris em suas vestes? Angélica. Angélica. Pensou em virar as costas e ir embora, mas seus pés o prendiam ali. E os olhos se encontraram.

E ficaram ali, em órbita, em inércia astronômica naquela Andrômeda urbana e cinza. O que aconteceria? O que deveriam fazer? Deveriam se aproximar?

Não sei como, Angélica também não sabia, mas ele criou forças sobre-humanas para se aproximar, até que um estivesse diante do outro, olhos alinhados, apesar de Gabriel ser muito mais alto que ela. E assim ficaram, com interrogações nos olhos e nos lábios.

E agora, Gabriel?

to be continued

[ouvindo Only hope e It's gonna be love - Mandy Moore]

Acha que já sabe o que vai acontecer? Espera pra ver...

sábado, 27 de setembro de 2008

Jeans e um par de asas (II)

Não se perca! Voe para a parte (I)!

Do outro lado da avenida, do outro lado da cidade, uma menina. 16, cachos negros, branca-quase-pálida, grandes olhos azuis. Melancolia. O queixo vinha pousar-lhe no peito. Apesar disso, era bela. Os cachos, presos por uma faixa que parecia um arco-íris, deixavam seu rosto livre. Usava também meias compridas e muito coloridas. Tinha cor a sua tristeza. Chegava a ter alegria, não sei como é possível uma coisa dessas. Era a pureza em pessoa. Uma pureza triste e sem razão. Sentada na escada de entrada de um velho prédio, o mesmo que Gabriel gostava de freqüentar naquelas noites em que queria fugir do mundo (quase todas), lá estava ela. Angélica dos Santos. Seria este mais um nome um tanto sugestivo? Seria este nome a chave de toda uma intriga, que fazia questão de voar por entre meus dedos?

Um baque. Ou apenas seu coração a tamborilar mais forte, sem razão (será?), sem nada que se fizesse entender. Lua nova, um sorriso nos ares. Foi impelida porta adentro, talvez pela vontade de voar, talvez por qualquer presságio dos céus, talvez por suas asas, uma comichão desesperada por entender que raios estava ela fazendo nesta Terra.

Subiu as escadas, quase voando. Quieta, grave, grave, surda, muda, lenta, lutulenta. Ganhou o terraço, e, com ele, um sorriso enorme de lua feita de cottage cheese, geléia e neve. Garoinha chata. O que aqueles sinais queriam dizer? Já não sei.

Ficou ali, a matutar, a esperar que alguma coisa acontecesse. A esperar alguma estrela cair do céu e vir pousar em seus cachos, a esperar por uma pena encantada advinda do Norte, que fizesse crescer asas. Uma razão, um abraço, um amigo que fosse. Era tão pequena e frágil, tão fosca em suas mil listras e rubores.

E esperava. Só esperava. Que alguma coisa estava para acontecer, ah, isso estava. A única coisa que ela sabia era que tinha que esperar. Tirou do bolso um pirulito, permaneceu, fitando o seu cottage cheese com aqueles enormes olhos azuis, que mais pareciam planetas em órbita.

É, aconteceu mesmo.

to be continued

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Jeans e um par de asas

Gabriel dos Anjos. Nome que o definia por si só. Era, realmente, um anjo de jeans. Cabelos louros, cacheados, olhos cor de mel. Gostava de usar camisetas com estampas de asas e um crucifixo. Parecia que ele se assumia como anjo. Mas era parte de sua personalidade, ao mesmo tempo tão fugaz, selvagem e indomável. Gostava de andar sozinho pelas ruas e noites, e ver as manhãs nascerem, sozinhas, num lapso de aurora cor de sangue. Gabriel gostava da paz, do silêncio e do mistério. Usava uns óculos escuros, estilo "John Lennon", uma coisa meio hippie. Era do tipo de cara que faz você bater o olho nele e dizer: "com esse aí, eu caso!". Costumava, em suas noites solitárias e intermináveis, dançar no solar de um velho prédio, enquanto namorava a lua e as estrelas. Às vezes, desenhava uns retratos de moça. Era só uma moça, quase uma menina. Ele não a conhecia, mas queria conhecê-la. Quem sabe fosse ela a sua libertação, o seu impulso para rasgar os céus daquela cidade tão fria.

Gabriel não tinha amigos. Não por que não quisesse. Ele simplesmente não conseguia se relacionar com as pessoas, como se, realmente, não pertencesse a este plano terreno. Era sozinho, vinte anos, uma casa geminada num beco no centro da cidade. Ele torcia, torcia para que alguém viesse tirá-lo daquele buraco em que ele vivia. Não a casa, a própria vida dele. Apesar disso, ele sorria. Sempre sorria, um sorriso suave que ornava seu rosto de anjo. Era um Armagedom ferido, de asas partidas e punhos cerrados, precisando de impulso para alçar vôo.

Meia-noite. Atravessou a rua.

to be continued

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Green

Ele é tão lindo. Ele me faz sonhar. O jeito, o sorriso, tudo. Tudo nele foi feito pelo Autor, tão-somente pra mim. O modo como ele encara e colore a vida, a sua personalidade fora do comum, as surpresas. Mas uma coisa serve como embalagem para todas essas lindas qualidades. Ela me surpreende por ser tão incrivelmente bela. São os olhos dele. São os lindos, arrebatadores, indescritíveis olhos verdes. Verde, que te quero verde. Eu nunca vi olhos como aqueles, e nunca poderia descrevê-los completamente. São os olhos que eu gostaria de encontrar em mais gente deste mundo. São os olhos que eu quero que estampem o rosto de meus filhos um dia. A verdade do verde dos olhos dele se torna necessária em cada passo que eu der, em cada coisa que eu disser, em cada gesto e olhar. Aqueles olhos têm folhas verdes, grama, arco-íris, céu e mar, torrões de açúcar, hortelã, estrelas e ouro. E eles me fazem cócegas, e me trazem lágrimas, e me fazem vermelha como maçãs. Eu já não posso explicar o que tem naqueles olhos que me deixa assim. Encantada. Amor. Mas o amor não se explica. E eu já não explico mais nada. Deixo que os olhos dele falem por mim.

[namorado, amovc]

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Fer

Galere (muito twitter isso, né? haha), olha só, o meu penúltimo post saiu no site da Capricho!



Cara, cada vez mais eu gosto de escrever pra Capricho. Parece que eu me sinto mais valorizada como blogueira! Inclusive as visitas ao blog aumentaram bastante desde que eu comecei a escrever pra minha querida revista de adolescência. E, nossa, eu quero tanto poder ficar também em 2009 no Tudo de Blog (querida chefinha Natália Duprat, por favor?)! Torçam pelo bloguinho, amados!



Tá, já falei demais. Esqueci que este blog não é meu, é das Rosas Inglesas que moram dentro de mim. Portanto, cala-te boca!



O post que se segue é um dos que vai dar origem a um blog que eu fiz com dois amigos da faculdade. Vou mandar uma palhinha pra vocês. Se quiserem ver a continuação no blog Roses and Gentlemen, clique aqui!



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Ferdinando Soares de Arruda.



O Fer era um cara tão sossegado! 19 anos, mochileiro, faculdade de arquitetura, meio largado até. Cabeludo, do tipo "o terror das menininhas", barba por fazer, camisa de flanela xadrez amarrada na cintura, camiseta de banda, tênis encardidos. Chegava a ser bobo. Mas aquela cara de bobo dava a ele um charme meio enigmático.



É, o Fer era bonito. Mas ele parecia que não sabia muito disso, não. Ele não tava muito aí com a cor da china. Tudo o que queria era sair pelo mundo de mochila nas costas. Ao contrário dos outros caras, não tava preocupado em correr atrás de mulher. Era romântico, muito romântico, ao extremo. Mas ele nunca deixou ninguém perceber essa faceta de sua personalidade. Ele não falava muito. Era misterioso, e, ao mesmo tempo, sossegado, brincalhão e vivaz.



Tava ali, tapete da sala, tocando violão de boa. Fim de dia, fim de semana. Ele não dava a mínima pra ficar em casa num sábado à noite. Na verdade, ele só tava esperando seus dois amigos chegarem, sozinho em sua quitinete.



Finalmente, alguém mexeu na porta. Vamos ver quem era.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Eu quero ir pra Nárnia!

Ganhei do meu amado namorado o livro As Crônicas de Nárnia, de C.S. Lewis (gênio!). Cara, viciante. Tanto é que, cada vez que eu pego uma crônica, eu tenho que ler de uma sentada só. Não dá pra economizar na leitura desse livro, nem ler quando o tempo é escasso (bem, este é o meu caso, com essa loucura da faculdade, mas a gente faz o que pode!), pois todas as crônicas, sete no total, se conectam, e contam toda a história do reino de Nárnia. Até agora, li as três primeiras: O sobrinho do mago, O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa (isso, aquela que virou filme) e, agora, cheguei na O cavalo e seu menino. Bom, todo tradutor (ou futuro, como é o meu caso) observa isso: apesar de não ter lido o original em British English, percebi que é muito bem traduzido! O tradutor, Paulo Mendes Campos, utiliza expressões idiomáticas tipicamente brasileiras que deixam a linguagem da obra muito natural. Além disso, a clara analogia da obra com passagens da Bíblia deixa seu caráter literário ainda mais rico, e a história ainda mais emocionante.

Mas a terra de Nárnia é uma coisa impressionante. E o livro, realmente, me fez viajar até lá.

Pés de puxa-puxa, animais falantes, faunos bonzinhos, filhos de Adão e Eva, e o temido e amado (sim, esse paradoxo é incrivelmente possível no livro) Aslam, o Grande Leão.

Eu só sei de uma coisa: eu quero ir pra lá A-G-O-R-A-!

E fica como sugestão de leitura pra vocês.

[Estranho, nunca fiz nenhum post com recomendação de leitura. Esse é o primeiro! Talvez porque o livro seja, indubitavelmente, fera!]

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

A membrana da discórdia

Para o Tudo de Blog

Capricho pergunta:
Daniele Hipólito revelou esses dias que é virgem. O que vocês acharam da atitude dela? É legal defender a bandeira da virgindade? É legal ela ter defendido uma postura, seja ela qual for? Ela quer aparecer? Ela quer ocupar o posto de Sandy de a virgem do Brasil?

Sabe o que eu acho? A Sandy e a Daniele Hipólito são é muito corajosas em defender algo que tem sido deturpado e tratado como se fosse a "doença das nerds e das puritanas": a virgindade. Além de mostrarem que têm opinião própria independentemente do que pensa uma maioria chamada "todo-mundo", mostram que ainda há esperança para esse mesmo mundo, onde valores como este têm sido perdidos: o valor que alguém dá para o próprio corpo e para o próprio coração, evitando feridas e decepções. Elas sabem o que querem e não têm vergonha de mostrar que seus corpos são mais do que pedaços de carne. Elas não têm vergonha de andar na contramão do mundo, nem medo de tentar fazer a diferença. E é isso o que tanto incomoda as pessoas: o fato de alguém querer ser diferente, de não se conformar com a perda de valores tão importantes, que hoje são tratados com tanta indiferença. Essas mesmas pessoas não têm coragem de admitir que fizeram a escolha errada, por isso, criticam. Portanto, meninas, continuem! Façam mais barulho, pra ver se esse povo acorda. Pra ver se eles caem na real de que corpos não são brinquedos e corações não são de papel.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Chocoholic

A menina chega ao supermercado, nem tão super assim, diga-se de passagem. Sexta-feira, fim de tarde, daqueles horários em que todo mundo resolve correr para o mercado fazer as compras do fim de semana. Ela, moída da faculdade, pregada mesmo, não queria ver ninguém, muito menos aquele monte de gente que mal a deixava um pedaço de chão para transitar. "Então é assim que funciona num formigueiro?", pensou. Pediu mil licenças, esbarrou em qualquer coisa.

Tudo bem. Feitas as comprinhas obrigatórias, pensou mil vezes se compraria para si um chocolate. Ela, chocoholic incurável, não sabia se devia. "Bom, eu já até fiz ginástica essa semana. E eu nem comi, assim, tanto chocolate esses dias!" É, é sim. Ela podia. Ela precisava. Açúcar, açúcar, torrões de açúcar!

Lá foi ela para a sessão de chocolates. Ofertas muito boas. Confeitos coloridos, castanhas, chicletes e... oh, os chocolates! Os bombons! Os tabletes! O paraíso! Os olhinhos brilhavam (criança crescida em loja de doces), a boca salivava, a mente viajava.

"Ai... será que eu devo?"

Ah, ela devia. Todo chocoholic se deve um chocolate de vez em quando - mesmo que esse "de vez em quando" seja beeem mais freqüente do que se espera. Foi aos os preços. "Se eu comprar uma barra grande...", pensou, "... mas... será que eu devo? E se... hum, mas essa aqui, não. Talvez essa. Ah, prefiro esta daqui! É menor, e vai evitar possíveis 'descontroles'."

Estava satisfeita. Havia feito a coisa certa. Não estava com peso na consciência; comprara, afinal, o seu precioso chocolate, a sua distraçãozinha sabor cacau. Não, ela não se descontrolaria: comeria, dia a dia, pedacinho a pedacinho, bem devagar, saboreando, controladamen...

Cinco minutos depois, comeu a barra inteira.

[Adoro pessoas decididas]

Ps: quem NUNCA fez isso, atire a primeira pedra!

Ai.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Batom no espelho

Ela tentava, tentava, tentava, tentava mudar. Mas cada passo que dava eram tropeços e lágrimas, insegurança e confusão. Confusão. Não sabia bem para onde ia, como faria quando tivesse chegado. Tudo o que via no espelho era uma desconhecida. Mais umazinha aí do cabelo chanel, suéter vermelho e pantufas dentro de casa num dia frio. Frio como a alma havia de ser. Frio como tudo o que tocava, como as peles e metais, como o fogo que ardia apagado dentro de um cubo de gelo. Gelo seco. Precisava de um cheiro quente de vapor de sopa, de chá, de algum abraço que fosse. Mas cada abraço que pedia era um tapa na cara. Não tinha orgulho, não. Não tinha nem amor-próprio. Ela descia, e subia, tropeçava e continuava lá, inerte, imóvel. Inalterada. Mudasse a cor do sangue, mudasse os parafusos da cabeça, os cabelos, as ruas, as pessoas e as circunstâncias. Pintassem o céu de vermelho. Chamassem a Polícia Cinetífica. Cantassem o hino da França. Jogassem dados e dardos.

O quê, meu Deus, o quê há de calar à boca o que já não se diz?

Quantos passos ainda cairia até que aprendesse a andar?

Espelho, espelho meu. Quem é você? E quem sou eu?

Apenas uma cara borrada mendigando uma resposta.

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Quero agradecer ao meu amigo Caio, do menteILOGIKA pelo selinho que ele fez pro meu blog. Ficou lindo! E, quem quiser, fique à vontade para linkar-me!

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Minha bandeira é a Cruz

Capricho pergunta: Qual é a sua bandeira?

Para o Tudo de Blog

Eu levo minha fé como bandeira, e não me importo de carregar a Cruz por onde quer que eu vá. Eu levo a história dos cravos nas mãos inocentes, do sangue redentor, da maior prova de amor que a humanidade jamais teve. O amor de alguém que se doou, que deu uma nova chance a um mundo que vive pisando na bola, e que não dá a mínima para esse amor. E, cada vez que eu olho para a Cruz, eu me lembro, sorrindo entre lágrimas. O que Ele fez por mim não tem preço. E, como gratidão, estampo minha vida com essa insígnia. Eu levo a bandeira do Rei Jesus.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Marili

Era uma menina baixinha, loira de farmácia, uns quatorze anos, batom vermelho nos beiços, juízo nenhum na cabeça. Um dia ela me inventa de falar que queria ser atriz. Que todo mundo falava que ela levava jeito pra coisa. Que ela queria sair na televisão, na Sapucaí, no Rock in Rio. Qual o quê! A menina era mó sem sal! Coitada, deixasse ela sonhar. Ela queria estudar "tchiátro" na Nova Zelândia, mas só se o namorado fosse junto. Um jequinha de quase vinte e três, mó um-sete-um. Quase vinte e três! Mais um pouco, ele pegava essa guria pra criar. Traste. Não fazia nada o dia inteiro. Jequinha, mas tinha uma grana violenta. Filhim de papai. E o pai e a mãe, ó, ainda acham bonito ele sair por aí de caranga às dez e voltar só na manhã seguinte. Mas ele falava que ele ia ser popstar. Mesmo caminho da desmiolada cabelim de paia. Ele falava bem assim: "Eu vou é sair dessa bodega e casar com a Lee (era assim que ele chamava ela, que era o "nome artístico" dela). Daí, a gente vai pra Porto Rico, mora na beira do mar e arranja um ursinho só nosso".

Pois ninguém precisou ir pra Porto Rico, pra Nova Zelândia, pra o raio que o parta pra isso. Barriga feita, menos juízo ainda, fugiram pra uma aldeia hippie ali perto. Pai, mãe e polícia atrás, confusão feita, capa de jornal, noticiário. Ele, rendido, mão nas costas. Ela, livre, desfilando na frente da câmera, sorriso no rosto, microssaia de paetês, salto agulha 15.

É, ela tava feita. Realizada. Ela apareceu na TV. Brasil, ela tava na Globo!

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Sumi, né? Desculpa... tava passeando um pouquinho (também sou gente, né?)!

Bom, vou dar mais uma sumidinha. As provas começam agora, e eu já tô quase maluca. Assim que puder, volto a escrever. Beeeijo!

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Enfim, a maioridade!


Esses dias foi o níver do blog. Agora é meu níver!! Uhul!! Na verdade é amanhã, dia 12/09, mas não sei o que me aguarda no meu dia, né? Vai que eu não tô em casa... rsrs
É. 18 anos. Que coisa. Pela primeira vez, eu não queria fazer aniversário. Eu gosto de ser menor de idade, e acho que nunca vou conseguir deixar de ser adolescente. Nem quero. Tem coisa melhor?
Ontem eu conversava com as minhas amigas, e soltei: "Afinal, porque se dá 'parabéns' às pessoas que fazem aniversário? Parabéns por ganhar rugas a mais na cara? Parabéns por se chegar mais perto da morte (bizzarro)?". Obviamente, eu sabia porque as pessoas se dão "parabéns" nos aniversários da vida. Mas, como eu adoro uma gracinha, resolvi perguntar. E olha que a minha pergunta tem, sim senhor, muita lógica! E elas responderam com uma risada, e a resposta-clichê: "Porque se conseguiu mais um ano de vida!". É, eu sei. A gente enfrenta correrias, bactérias, nervosismo e poluição todos os dias, e ainda assim consegue sair ileso! Se bem que a vida é uma coisa tão intensa, que não se sai vivo dela. Mas viver é bom, bom para quem se atreve a viver, se arrisca e vai à luta. E eu não tenho medo de viver, juro.

Bom, agora já posso tirar minha preciosa carta de motorista e assinar meus próprios documentos por mim mesma! Difícil é convencer qualquer pessoa de que eu sou maior de idade, porque, com essa carinha de quinze e com esses meus imensos 1,61m, fica beem difícil. Tô pretérita!

Então tá. Quem sabe alguém se habilita a fazer um bolo ou trazer uma vela para eu assoprar. Tô crescendo, gente, tô crescendo. Aliás, acho que eu cresci e nem percebi.

Deus, brigadão por mais um ano dos cem que eu quero viver, se o Senhor assim permitir... rsrs

Pique-pique!

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Ah! Hoje, dia 11, é níver da minha mamãe (viu que legal? Faço aniversário um dia depois dela!)! Mãe, te amo, e você sabe que esse blog também é seu, viu? =D

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Sobre cliques e chiliques

Cena 1: o seu lindo namorado dizendo o quanto a ama, e o quanto ele a quer pra vida inteira. Você acredita nele porque também o ama, certo? Ok. Vamos à cena 2: você dando um chilique danado porque uma candanga escreveu "Oi, gatinho" no Orkut dele, e ele respondeu com um "Tudo bem? A gente se fala!". Onde eu quero chegar é: você não disse que acreditava no "eu te amo" dele? Então, por que não confia nele? A menos que você tenha arrumado um cafajeste pra namorar, e que ele tenha dado muita bola pra tal fulaninha, certamente você não tem que se preocupar em mandar seu namorado fechar o Orkut dele por causa de "fãs" ou de meninas interessadas em homens comprometidos, nem pedi-lo pra cortar metade da lista feminina do MSN dele. Lá vai clichê: a base de um relacionamento é a confiança. E, gata, mesmo com essa concorrência toda, você se garante, não é? Afinal, ele tá é com você!

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Como se faz um ser humano

É preciso mais do que um homem e uma mulher para se fazer um ser humano. É preciso muito mais do que alguns fios de cabelo, uma longa e fina pele, alguns quilos de músculos, veias, órgãos e ossos. É preciso mais do que sangue, e não basta que se faça das tripas coração. Não. Não se faz um ser humano só com isso. Não é tão simples assim.

Um verdadeiro ser humano se faz com vida. Não se faz com justificativas desmedidas para coisas consertáveis, nem com vontades absurdas e irrefreadas. Um ser humano se faz com erros e acertos, com defeitos e qualidades, com lágrimas e risos, com fôlego. Fôlego de sair vivendo. É vivendo que se faz um ser humano de verdade. Vivamos, amigos, humanos sejamos!

sábado, 6 de setembro de 2008

Sujeitinho esquisito...

Esquisito pá caramba. Tá ali, sentado naquela mesinha vermelha na calçada, ó, tá enxergando? É, esse comédia mesmo. Conheço não, só de vista. Nem o nome do dito-cujo sei. Tem cara de ser um desses filosofinhos de butiquim. Um desses que fumam e bebem café e uísque como o cão pra parecerem mais cult. Tipo depressão romântica. Chapéu caindo nos olhos, cabelinho revoltoso, meio sem corte, barbinha por fazer, paletó desmantelado por cima de jeans às nove da manhã, e uns mocassins "de véio". Nunca ri, nem chora, nem xinga, nem reclama, nem conta piada, nem fala de mulher. Livrinho na mão, caderninho e caneta, umas três ou quatro idéias na cabeça , e um fígado detonado pelo álcool e pelo ácido. Ácido das entranhas. Se faz tempo que ele vem aqui? Pffff... Des'que eu sou dono dessa espelunca esse cara vem aqui. Quatro, cinco anos. E esse cara tá sempre com essa cara de cachorro, de "mamãe não me quer, não tenho mulher, não tenho outra escolha". Se eu já conversei? Hááá! Aquilo lá nem é conversa, não. É um aglomerado de palavrão difícil pá caramba, que nem os bacanas que aparecem aqui pra tomar uma e pitar vez em quando entendem. O cara vive lendo uns livros esquisitos, sei não se lembro do nome daquela bodega... como que era...? Chopenháuer, não sei se é assim que fala? E tinha também um tal de Marvel, Maquivaldo, O Príncipe, o nome do livro eu inda lembro bem. Mas rapaz, olha, eu vô te contar uma coisa pra você, a conversa desse sujeito é muito esquisita. A gente que é, assim, mais desentendido, tenta aprender as coisas pra ver se cresce nessa vida, mas esse cara sei não se é muito sabido assim mesmo, ou se ele só faz tipo. Uma vez que eu sentei pra tentar puxar papo, o cara já começou com uns "enfim, entretanto, contudo", daí já viu, né? Se tem família? Eu nunca soube. Sei nem de onde ele tira grana pra ficar o dia inteiro aqui, bebendo, lendo e escrevendo. Outro dia, ouvi falar que é cronista de jornal. E acho que é só isso mesmo que ele faz da vida. Quando em vez aparece uma mocinha aí, bonitinha, mas da carinha de mosca morta, dessas que usam aquelas saionas hippie, parece até decentinha. Daí ela fica aí um tempão, eles dão uns beijos, e ela vai embora. Isso de vez em quando. Bem de vez em quando.

E ele continua ali, e só vai embora depois da meia noite. Pra voltar às nove da manhã e passar o resto da vida aqui. Vai entender. Sujeitinho esquisito. Esquisito pá caramba.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

A primeira velinha!!

Galera, este blog está completando 1 ano! E tanta gente já passou por aqui, e tanta coisa mudou, e tanta novidade surgiu, e tanto texto se criou! E é por isso que eu quero comemorar esse 5 de setembro falando mais sobre o blog em si. Como amanhã, que é o real aniversário, estarei ausente, vou comemorar hoje... hehe
5 de setembro de 2007. Acabei de chegar da aula, com a idéia de criar um blog. Sempre amei ler e escrever, aliás, escrevo meus próprios textos e músicas desde os sete anos de idade. Nada melhor do que criar um blog e não guardar isso só pra mim, né? Criei o blog com o nome de jornalistateen. Foi um url muito bom enquanto durou, mas resolvi mudá-lo há pouco tempo, sem mudar o blog, que continua o mesmo. Queria ser jornalista na época, então, resolvi nomeá-lo assim. O sonho de todo blogueiro é ser muito lido. Não poderia ser diferente com a teen jornalist. Mas eu não sabia como fazer com que gente além dos meus parentes e amigos lessem, comentassem e conhecessem meus textos. Foi aí que, fuçando, descobri as comunidades de divulgação de blogs do Orkut. Oba, oba! Era minha chance de sair do total anonimato virtual (porque fazer um draminha é preciso hehe). Me joguei nessa, e vi que deu certo! Comentários encorajadores, críticas construtivas (e destrutivas),posts que, na hora, eu achava o máximo, e, depois que já estava publicado há dias, achava um lixo... tinha (e tem) de tudo nesse blog. Até que surgiu uma oportunidade "daquelas". Eu, bem sossegada lendo a minha Capricho, sempre me interessava pela sessão Tudo de Blog, onde blogueiras (agora tem meninos também) expressavam suas opiniões em seus blogs, e, vez ou outra, davam as caras na revista. Até que eu vi que abririam inscrições para o novo time de blogueiras da revista. Era tudo o que eu queria! Na mesma hora, fiz minha inscrição. Isso era quase no fim de 2007. Mas, com a correria que estava a minha vida, e sem muitas esperanças que, entre milhares de blogs, o meu fosse um dos escolhidos, meio que esqueci da seleção. E era época de vestibular. Uma loucura. Era escola de manhã, cursinho à tarde e estudar à noite. Até que eu descobri que o que eu queria mesmo fazer da vida era ser tradutora, apesar de gostar muito de jornal. Prestei vestibular. Passei! Isso foi no começo do ano. Fiquei tão feliz, que nunca poderia imaginar que a coisa poderia ficar melhor que aquilo. Foi quando, à noite, entrei um pouco na net. Vi um e-mail da Revista Capricho. Assunto: Sessão Tudo de Blog. Eu tava tão grogue com o efeito "passei-no-vestibular", que achei que fosse um daqueles e-mails "obrigado por tentar". Quando abri e li a frase "seu blog foi escolhido", quase tive um treco! Era muita felicidade pra um dia só!! Caaaaara, aquilo foi uma emoção!! E olha só. Já tive vários textos publicados no site, meu link apareceu duas vezes no rodapé da página, e meu blog já apareceu na revista uma vez!! Mesmo assim, não é fácil. Pensei em desistir do blog muitas vezes, mas não faço isso, não. É preciso se esforçar pra que algo vá pra frente. E é assim que devemos tratar nossos blogs. Não é todo santo dia que você está inspirado, ou tem tempo de sobra pra escrever, ou recebe comentários inteligentíssimos ou elogios. É duro. Mas a gente agüenta. Eu ficaria tanto tempo falando do Rosas Inglesas, que vocês nem iam conseguir ler esse post. Encerro aqui, como um jogo rápido. Em um ano...
  • foram publicadas 119 postagens
  • o blog ganhou uns 10 selos (eu não lembro bem, porque, quando fui trocar o layout da última vez, eu, muito esperta, esqueci de salvar os selos), como o "Blog de Elite"
  • houve 738 visualizações de perfil
  • houve duas publicações do antigo link do blog (jornalistateen), e uma de texto na Revista Capricho
Parabéns, Rosas Inglesas!

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

João encontra Maria


- Oi.
- Oi?
- Oi!
- Ah. Oi.
- Tudo bem?
- Tudo bem...
- Tudo mesmo?
- Mesmo.
- Mesmo, mesmo, mesmo, mesmo?
- Tudo bem!!!
- Ah... tudo bem, então. Se tá tudo bem pra você...
- E você?
- Eu o quê?
- Tudo bem?
- Quem, eu?
- É!!!
- Levando.
- Levando o quê?
- A vida.
- Ah.
- ...
- E a vida, a quê leva?
- A outra vida.
- Que vida?
- A... você.
- Oi?
- A você!
- Ah...
- ...
- (sorrisinho) Então me leva com você, que fica tudo bem.



terça-feira, 2 de setembro de 2008

Desejo

Eu só queria tocá-lo. Não queria que me impedissem de pousar nele meus lábios, de envolvê-lo e senti-lo. Eu preciso dele, mais do que ele de mim. Ele me provoca os sentidos. Embora seja tão frio, sei que há um quê de doçura nele que ainda preciso descobrir. E ele sabe o quanto me atrai, e o quanto o desejo. E vem me tentar, esperando que eu me renda, que eu me entregue, que eu cometa uma loucura. É quase impossível resistir. Cada vez que o vejo na minha frente, tremo. Sinto que não vou resistir, que vou sucumbir aos tantos prazeres que ele pode me oferecer. Meus lábios: sim, eles o desejam. Meus olhos: sim, eles o procuram. Minhas mãos: sim, o querem poder tocar. Meus sonhos: sim, são só dele.


São só do meu sundae de chocolate. Droga de dieta. =/