sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Pessoas

Daqui a pouco será minha última prova. Ah, as férias tão sonhadas!

Esse ano foi tão bom (ainda não acabou, mas vou fazer um balanço geral)! Minha vida mudou de uma hora pra outra, e completamente! Passei no vestibular (cara, e pensar que eu acabei de sair do colegial e já tô com um pé no segundo ano!), entrei para o Tudo de Blog, vim morar numa cidade completamente desconhecida, com gente que nunca vi na vida. E, com isso, fiz amigos pra caramba, amigos que sei que vou levar pra vida. No fim, tô partindo por quase três meses, feliz demais porque tô cansada, e triste também porque vou sentir muita falta das minhas companheiras de pensão e da galera da facul!

Dedico este post a vocês, que marcaram o meu ano:

Mãe: não só o ano, mas a vida!Vó: a mulher mais forte de todas, e Jamile: a prima mais linda!
Madrinha: minha segunda mãe.
Casinha 01: Mary, Lívia, Laris e Stella, companheiras de facul e de pensão!
Galera da ABU: faltou "umas par" de gente, mas saibam que eu amo a todos!
Lissa e Débora: irmãs em Cristo e melhores amigas na facul!
Grapes, Pedro e Caio: vocês tornam a faculdade um lugar muito melhor!
Dona Vera e todas as meninas do pensionato: viver com vocês é maravilhoso!

Ygor: namorado não vale! rsrs Brincadeira. Vale muito. Eu te amo.
Gabi, Laura e Jô: amizade que a distância não apaga!
Du: prima-irmã, e isso já basta!

Vocês todos são, realmente, MUITO importantes pra mim, e eu amo vocês!

Boas férias, gente, e que Deus abençoe a todos! Vocês moram no meu coração!

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Deixa pra lá.

Novembro, novembro. O meu não foi lá tão doce. Mesmo assim, sou grata pelo sangue nas veias e pelo ar em meus pulmões.
A desenhar estrelinhas listradas nos cantos dos cadernos. Só faço isso quando não consigo me concentrar. Nos estudos, talvez? Certeza. A energia esmaecida, fraca, os ponteiros já beiram o empty, e eu, sem paciência nenhuma, prossigo a me arrastar por entre as folhas das provas e dos cadernos empinhocados no canto da sala, esquecidos no sofá. Já não consigo pensar por mim mesma, só pelos sintagmas, e verbos, e conjugações das línguas estrangeiras. E eu me sinto tão incrivelmente cansada, que posso afirmar que não sei, novamente, onde enfiei as benditas chaves.

Aliás, já falei como sou desorganizada? É um defeito grave, junto com o fato de eu ser distraída também, e tão pouco discreta em determinadas situações. Olha só que coisa, peguei mania de expôr literariamente meus fluxos de pensamento! É o cansaço, a carência, a dureza de estar "longe de casa há mais de uma semana". Há mais de mês, já.

Sabe o que eu queria? Parei esses dias para pensar absurdos pelos cantos, enquanto achava um tempinho para respirar um pouco, tentando sacudir o mundo de cima dos meus ombros. Eu queria ter uma vida extra só para ouvir todas as músicas e ler todos os livros do mundo! Mas, claro, música boa, música de verdade, o mesmo diria a respeito dos livros. São minhas duas grandes manias, e eu não me importaria de fugir do mundo real com mais freqüência (com trema; adoro o velho acordo ortográfico brasileiro!) do que o necessário. Não que eu não goste realmente da minha realidade: mas é que tudo nos livros é tão mais fácil, tão mais... lírico. Até a tristeza e as dificuldades têm um lirismo tão bonito, botam a gente a chorar feito marmanjo ressentido de dor de amor. Mas é tão bom sentir as lágrimas quentes jorrarem pelo rosto, estenderem-se para o queixo e, por fim, saltarem para a blusa, explodindo, evaporando. Sumindo. E tem a música também. Eu tenho isso comigo desde que nasci; não pedi pra ter música na garganta, mas Deus me deu esse presentão. No começo, gostava não. Era difícil. Mas é mais forte do que a gente pensa, esse grito na garganta, essa partitura vocal que me dá sufoco, se não canto, se não toco, se não mexo as mãos ao som das canções. É complicado, muito complicado. Mas tudo se ajeita de um jeito tão inexplicável, que a gente aprende a conviver com as peculiaridades dentro da gente. Dói um pouco, sim. Mas a gente amadurece, e assim é que é bom.

Ainda escrevo um livro. Música já escrevi até demais. Para fazer música, comigo é assim: eu tenho que esperar a canção me chamar. Ela me pega mexendo no violão, pronto. Meus lábios começam a mexer, as palavras começam a pingar deles direto para o papel. Não imagina a bangunça que é dentro da capa do meu violão! Bem lembrado. Acho que preciso arrumar aquela papelada.

Eu quero ir logo para casa, abraçar minha mãe e minha cachorra. Quero ver minha família, e reviver minha história de amor preferida com o amor da minha vida. Quero andar descalça e um pouco de capim à vista; um ar bucólico me faria bem. Quero ouvir uma voz que contraste com o meu soprano. Quero um pouco mais de poesia nessa melosidade desconexa toda.

Aliás, por que é que eu tô falando tudo isso?

Doida.

Sobre sonhos, dicionários e pés-na-estrada

Não adianta, preciso de um pouco de "blogorfina" nas veias, tô à beira de uma crise de abstinência!

Gente, olha só: DOIS posts seguidos do Rosas saíram no site da Capricho! Cara, não acreditei quando vi! Primeiro foi o da conquista, depois o do primeiro beijo. Veeelho, que loucura!

Bom, vamos à pauta para o TDB. Não vou ficar escrevendo resenhas sobre o Crepúsculo, nem caso Eloá, nem outros "temas da moda" pra se falar em blog (anyway, Crepúsculo é bom, hein, gente!).

Novamente, vos introduzo meu infinito particular (nem tããão particular assim: meu blog é um livro aberto).

Ok. Shall we?

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Para o Tudo de Blog

Eu sonho correr mundo de mochila nas costas e dicionário no bolso, a cantar "as coisas lindas da América", a falar com estranhos nos metrôs, a destrinchar culturas, e povos, e cores das peles, e línguas dos povos, e climas, e milhas. Da Europa Ocidental até as Filipinas, numa babel de idiomas e costumes, e loucuras turísticas. Seguir errando, de rumo em rumo, e pisar cada centímetro quadrado do globo, e ter o mundo na sola do all star, e aprender tanta coisa que não caiba no cérebro. A vida é curta, e o mundo, comprido, e essa é a antítese mais verdadeira sobre aproveitar a vida. É tanta gente, tanto lugar, tanta língua, tanta cultura, tanta diferença. Quero ver quantos planetas tem a Terra, quantas realidades, e vivê-las todas, as possíveis e as imagináveis. Tem tanto mundo no mundo, e o meu próprio mundo já não me basta. Já não me basta sonhar: eu quero voar, viajar!

sábado, 22 de novembro de 2008

Gettin' crazy!

Bom, sempre que eu falo que "não vou postar essa semana", que "vou ficar off", eu nunca consigo cumprir isso. Mas, contudo e entretanto, eu não garanto nada, talvez só uma pautinha ou outra para o TDB. Tá?

É que agora começam as provas da facul, sabe? A semana inteirinha! Só mais essa semaninha, e estou livre, leve e solta! De bixete a veterana. Tô ficando velha!

(foi clichê, e daí?)

PS: Ainda não me decidi, gente: de que cor eu escrevo nesse lay novo? Tem gente que reclama de branco, e eu não sei se preto e roxo ficam bons. O que acham?

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Foi lindo

Para o Tudo de Blog
Capricho pergunta: como foi o seu primeiro beijo?

Colegial. A única BV da sala (aliás, um rótulo ridículo, como se você fosse alienígena ou tivesse sapinho). "Nossa, mas você não tem curiosidade?" era a pergunta que eu mais ouvia. Me limitava a responder: "Não tenho pressa". E não, não tinha mesmo. Não queria beijar qualquer um, nem na primeira, nem na última vez. Isso sempre significou muito pra mim. Nunca tive problemas em esperar pelo que quer que fosse, e acabei descobrindo que algo pelo qual você espera e faz sacrifícios é sempre o melhor. Esperei por tanto tempo, até que conheci o meu namorado. Ficamos amigos, nos apaixonamos e, um dia, minha cabeça pousada em seu ombro, os olhos se tocaram, as respirações se encontraram... e foi, sim, a coisa mais linda do mundo. Sem pressa, sem nervosismos, um friozinho gostoso na barriga, e "a música" que só quem beija de verdade é capaz de ouvir. Valeu a pena esperar, e valeu muito mais a pena viver esse momento e ter uma história legal pra contar aos meus filhos.

Dedico esse texto ao meu namorado, pelo qual eu esperei a vida toda em Deus, e um ano e 7 meses de oração: Ygor, amo você!

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Achados. E o perdido.

"mas eu achei que tinha deixado aqui essa porcaria! onde é que foi parar, em cima da cama, em cima do armário, ah, sei lá, só sei que eu tinha deixado ela aqui, bem aqui, e agora não encontro, e o pior é que eu preciso dela pra hoje, aliás, pra ontem, mas eu tinha que encontrar! ali, aqui, acolá, já não sei mais onde caçar essa bagaça, e o tempo tá correndo, correndo e eu aqui, procurando, epa! peralá, peralá ricardo, você lembra do que você fez há cinco minutos, não lembra? tava aqui, bem aqui na minha mão, eu tenho certeza, e certeza, certeza absoluta! embaixo da cama? já olhei. dentro da geladeira? não não, eu não posso tá tão louco da cabeça assim, desvairado. ou posso? ou... ai, onde é que eu tô com a cabeça, ficar procurando uma coisinha de nada que tava na minha mão há cinco minutos! quer dizer, agora já deve ser oito. e a coisa não é tão de nada assim, já que eu tô procurando que nem louco, sei lá, sei lá, sei lá. bom, ricardo, pensa comigo, quer dizer, comigo não, como é que eu posso pensar comigo mesmo? tá, faz de conta que tem um super detetive me ajudando a encontrar, só se for... ai, cala a boca, ricardo! acho que li sherlock holmes demais! e desde quando você gosta de ler, ricardo?! bom, era uma caixinha preta, isso, uma caixinha preta. ai, e se ela chegar antes de eu achar? bom, daí eu tô ferrado. logo agora que eu criei vergonha na cara, esse treco me some! ou não. ou... e se deram um sumiço na coisa? pronto, tô ferrado, não tinha seguro, e eu não tenho dinheiro, e minha vida acabou. ricardo, você é um babaca, quer dizer, você não é um babaca, aliás, quem roubou essa bagaceira é que é o babaca! mas ah, eu meto atrás das grades esse canalha, esse vilão artilheiro de quinta categoria. vilão artilheiro? ih, bebi demais ontem, com quem andei aprendendo essas coisas? ricardo, ricardo, a patroa vai te arrancar o couro, ricardo! toma essa linha, ricardo! tenho que parar de brigar comigo mesmo e procurar a coisa, essa caixa-preta-terrorista-de-meia-tigela! o quê? ai meu Deus, aimeuDeusdocéuperdoaiasnossasofensaspelamordacatarinamalaguetadosultimosdiasdaminhavida, é ela que tá batendo na porta, eu sei que é, eu sei que é! ai, o que que cê vai falar pra ela, ricardo? a desculpa das flores de novo? ih, já tentei, não vai funcionar. e se cê falar que foi demitido? bom, já perdi a hora pro trabalho mesmo de tanto procurar essa coisa, pode até ser meio verdade. mas e se ela me matar? ai, essa mulher me tira do sério! ai meu... (JÁ VAI, AMORZINHO!) ...paidocéu, cumé que eu vou enfrentar a fera agora? opa! peraláperaláperalá, o que que é isso no meu bolso? acaixinhaacaixinhaacaixinha! ricardão, você é o cara, o poderoso, o gênio das investigações! elementar, meu caro ricardo! tava no seu bolso o tempo todo, seu burro! ah, burro, não. esqueci que eu sou o gênio do crime, quer dizer, da investigação, da detetivância... (TÔ INDO, MINHA URSINHA!)... bom, o que importa é que agora eu tô salvo, salvinho da silva!"

- Oi, páxão! Tenho uma coisinha pra você! Diz que sim, diz que sim! Quer casar comigo?
- Oi, Rick. Ah... sabe o que é? Eu vim aqui... bom... cê sabe... ah... eu vim aqui pra... terminar, pronto, falei! Foi bom enquanto durou, mas é que eu conheci um cara. Mais modernoso, sabe? Mais livre, leve e solto, como eu. Não tô mesmo a fim de tanto compromisso. Eu não queria que fosse assim, mas é que eu acho que me encontrei!
- ...
- Bom, acho que você não tem mais nada mesmo pra me falar, né? Eu sinto muito, mas é a vida. Num dia a gente perde, no outro a gente ganha. Quem sabe você ainda não encontra a sua? Tchau-tchau!

Pobre Ricardo, se perdeu no mundo e nunca mais foi encontrado.

domingo, 16 de novembro de 2008

Domingo


Domingo de sol, de Sílvio Santos, de Faustão, de nada-pra-fazer-a-não-ser-ficar-em-casa-ou-ir-ao-shopping, de tédio, mesmice, olhos semicerrados, boca aberta, corpos jogados na cama, e amanhã é segunda!

Assim, eu enlouqueço já, já.

sábado, 15 de novembro de 2008

Cara nova (de novo!)

Por falar em final de de ano, me deu uma vontade de mudar a cara do blog! Daí, ontem de madrugada, acabei fazendo isso. Acho que esse lay novo tem mais a cara do Rosas Inglesas. Tá mais colorido também, apesar de continuar mais preto-e-rosa do que nunca! hehe

Gostei desse fundo rosa para as postagens. Na verdade, eu queria parar de escrever de branco, mas branco cai tão bem nesses layouts que eu costumo escolher! É, pode até ser uma marca do Rosas Inglesas também.

Fim de semaninha meio deprê. Mas tudo o que importa é que faltam só DUAS semanas, exatos 14 dias, pra eu jogar tudo pro alto, chutar a bagaceira toda das provas e pressões psicológicas e me jogar nas férias!

Ah, que triste! Serão quase três meses sem falar italiano... =(

Cara, mas sem zoeira. Tô cansada. Já entreguei os pontos faz tempo, e confesso: faz uns 20 dias que eu não consigo prestar atenção em UMA aula! É, quem me viu, quem me vê. Faculdade faz essas coisas com a gente mesmo. Quem "acha" que estuda muito no colegial e no cursinho vai cair do cavalo. E daí você descobre que tudo o que te ensinaram de gramática até hoje era tudo mentira.

Nossa, que decadência! Ia só comentar sobre o visu novo do blog, e acabei fazendo considerações semi-existencialistas sobre a minha vida acadêmica! É a carência, gente. Carência por férias.

Vai entender. Tem um chocolate aí?

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Mais de um mês

Para o Tudo de Blog

Jogar os cadernos para o alto e se jogar no sofá, Natal na casa dos tios, Ano Novo na praia com o namorado, dormir e acordar tarde todos os dias e comer brigadeiro todas as sextas-feiras. Bem típico de férias e fim de ano. A gente quer tanto que o outro ano comece, que se esquece de que ainda tem um restinho de 2008 pra viver, muita água pra rolar e muita coisa que ainda vai mudar. Ou não. Depende do que a gente fizer pra isso. Mudar o seu ano, que pode não ter sido lá aquelas coisas, ou mudar a cara do mundo. Quem disse que ainda não dá tempo de mudar o mundo, mesmo que seja só o seu? Ainda tem mais de um mês! Mais de um mês pra não olhar só para o próprio umbigo. Mais de um mês pra parar de achar que espírito natalino é só coisa de discurso de ceia de Natal. Mais de um mês pra não se prender a resoluções de Ano Novo, mas colocá-las em prática agora mesmo. Mais de um mês pra fazer gente sorrir, pra chorar de dar risada, pra rever novos e velhos conceitos, pra fazer novas amizades com gente que sempre esteve perto de você e só você não viu, pra descobrir que se apaixonar é, sim, uma coisa maravilhosa. Não espere os fogos explodirem, nem a meia-noite chegar. Ainda dá tempo. Tem mais de um mês!

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Olhar 43

Para o Tudo de Blog

Você pode vestir vermelho, estar impecavelmente maquiada, chapada e arrumada, mas verdade seja dita: na hora da conquista, não há nada como o olhar. Aquele olhos-nos-olhos que faz tremer as pernas e enrubescer até os mais desinibidos. Aquele joguinho convidativo, aquele mistério que vai deixando pistas, aquela matemática tão inexata de conquista. Risinhos e conversas ao pé-de-ouvido, seguidos de longos e silenciosos olhares. Nos olhos é que se lê o sentimento, a química, a cumplicidade. Quem é que resiste ao lançamento fulminante de um "olhar 43"? É o jogo duro do "vai ou racha": você chama pro ataque, e ele decide se vem ou não. É instigante, divertido e irresistível. Arrisco dizer que é infalível. Ora fatal, ora romântico, os olhos entregam a atitude dos lábios. E assim termina a noite. E assim começa uma história de amor.

sábado, 8 de novembro de 2008

Gente triste

Hoje eu vi um homem triste. Cor de dor, desbotado. De chapéu. Trazia os olhos tristes, olhos tristes de paixão. Olhos de alma ferida. Olhos que não conseguiam ocultar o que os gestos escancaravam. Uma lágrima equilibrista zombava, escorregando para a face, como nódoa transparente cortando-lhe o rosto.

Se sorria? Sim, às vezes, arrisco dizer que quase sempre. Vestia sempre uma máscara muito bonita, alegre, reluzente. Era a máscara a sorrir. Sorria para as pessoas na rua, para a sociedade, para as obrigações da vida. Mas não um "sorriso-sorriso", sabe? Os lábios e dentes sorriam, mas não os olhos. Um sorriso que não cativava, nem contagiava. Um sorriso triste, como se tivesse apenas colado os cantos da boca mais perto dos olhos.

Foi aparecendo, ao lado dele, mais gente triste. Uma mocinha apagada, um homem esmaecido, uma criança cinzenta, um velhinho cabisbaixo. Olhos de dor. Todos tentando sorrir, fazendo o máximo de esforço para se contentarem, se conformarem. Olha só que belas roupas! Mas... por que não parecem felizes?

Não sabendo o que fazer, resolvi me aproximar do primeiro homem, o Homem Triste. Não tinha nome, nem personalidade. Que triste que era! Perguntei-lhe: "Oh, Homem Triste, por que a tristeza?

Ele, ainda sorrindo, respondeu: "É a vida. Ou deveria ser. Nada faz sentido nela, mesmo."

Perguntei-lhe sobre suas cores. Ele disse que vão apagando assim, com o tempo. Ele já até se acostumara a vê-las ir embora junto com as lágrimas, que as removiam, por isso as nódoas transparentes. Olhei-o nos olhos, que desviou de mim. Olhos sem sentido, pontilhados de interrogações. Um desmotivo, uma falta de perdão, de dignidade. Mas, ainda assim, olhos mortos, sem esperança. Não tinham nem mesmo força para expressar uma súplica, um pedido de ajuda. Olhos resignados àquela vida desgraçada. Não de passar fome, não de morrer gente, de ter doença. Tristeza de vida vazia, mesmo. Tristeza existencial, de quem não vê sentido nenhum em coisa nenhuma. Simplesmente, não tinha motivos para viver.

E continuou ali, chapéu nos olhos, olhos no chão, chão inundado de lágrimas. E o sorriso lá, imóvel. Um sorriso plástico. Para combinar com o chapéu, um par de óculos escuros. E, sorrindo, seguiu a chorar.

E todos fizeram o mesmo. A menina de vermelho, a criancinha, o ancião, o homem sem cor. É a vida. Do jeito deles, mas é a vida.

Afastei-me. Grande covarde, grande egoísta. Abandonei-os, cativos, e parti com a chave nas mãos. Quando disse que queria mudar o mundo, percebi que isso não passou de um grande clichê. Uma grande mentira. Fui covarde, sei sim. E aquela gente triste continuou triste, e seguiu triste, até desbotar-se nas trevas.

É assim, amigos, que mudaremos o mundo?

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Tua falta

Quantas milhas inda terei de correr
Oh, meu amor
Quanta estrada inda tenho de rodar
Só pra ver, nos braços teus, a solidão
Se dissipar
Esvaindo pelos lábios e desejos

E eu, sozinha, me enrolei
Nas cordas do violão
Quem sabe assim,
Meu bem, a voz
Não embargue
Não me largue,
Não.

Quantas rodovias e paragens
Quanta poesia pra escrever
Nessa ilusão de se viver assim
Sem rima, sem clima, sem você
Já não importam pronomes
Se os meus nomes forem teus

Mas ah, eu sei, sei sim,
Que um dia
A estrada vai encurtar
E em nós, amado, um beijo sela
Vidas sobre o altar

Casa comigo?

PS: tô com saudade do meu namorado! =(

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Entre tapas e beijos

Para o Tudo de Blog

Que romântico! Já viram o novo presentinho que o Dado Dolabella deu para sua amada Luana? Um anel de noivado... e um hematoma para combinar! Ela, grata, retribuiu com um B.O. que foi uma gracinha! Isso, sim, é que é amor!

[of course, estou sendo irônica ¬¬]

Ciúme não é prova de amor, pelo contrário, demonstra uma insegurança danada. A menos que você esteja ao lado de um cafajeste, não há motivos para sentir ciúmes. E, convenhamos: se o cara dá tanto motivo assim para ciúmes, o que é que você tá fazendo com ele?! Cadê a confiança? Claaaro que, se qualquer baranguete-à-toa começar a dar moral para o que é seu, você não vai gostar nadinha, não é? É natural! Mas isso não é motivo para sair quebrando tudo, armando barraco e distribuindo olhos roxos por aí! Por favor, né? Ah, meu bem, não se esqueça: ele tá é com você! Você acredita no "eu te amo" que ele diz? Você acredita nas flores que ele te manda? Então confie em você, querida: você se garante!

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Prêmio Dardos e Blogger del dia

Olha só, ganhei da Julie in Wonderland (Julianna Alves, tudodebloguete, just like me) este selinho:
Show de bola, né? Bem, agora, vamos às regras:

1- Copie e cole o selo (acima) no seu Blog.
2- Passe o link do Blog que te presenteou.
3- Premie 15 pessoas, colocando os links de seus respectivos Blogs.

Tá. Eu tô beeem pobre de parceria, gente. Essa correria não tem me permitido ler muitos blogs, então, vou indicar os meus blogs "queridinhos".

Lá vai:
  1. A Essência
  2. Mente ILOGIKA
  3. Roses and Gentlemen
  4. Lucas Oliveira
  5. Olhar Receptor
  6. Engolida pelo mundo
  7. Exceção do mundo
Ganhei também do Lucas Oliveira mais um selo, que repasso para os mesmos blogs:


Valeu, Lu!

Então tá. Amanhã tem post.
PS: Preciso INDUBITAVELMENTE de férias! Oh, my!

sábado, 1 de novembro de 2008

Obsessão

Chegou quebrando tudo, berrando, chutando porta e se descabelando, o rosto vermelho de cólera, a cabeça pesada, a garganta rouca de tanto gritar. Um nó. Uma lágrima doída se equilibra na pálpebra. À beira do abismo.

Enfim, jogou-se no sofá. Não adiantava chorar, não mesmo. Ninguém tinha culpa; nem ela, nem ele. Nem os outros. Nem os vizinhos tinham que agüentar (sim, com trema, porque a gramática brasileira ainda não mudou) aquele showzinho particular, nem as toneladas de discussões, nem os beijos desesperados ao final de cada uma delas. Milhares de vezes, milhares, já tinha representado aquela cena. Que papel! Porque vida real não é só romance. Tá mais pra drama trash, no caso dela. Ah, Adélia, por quê você não encara os fatos? Fica aí, chorando, se lamentando, chafurdando nessa lama, conformada, esfolada, molhando a blusa na pia, esperando por alguém que nunca vem?

Resignação. Nunca fez o que teve vontade. Vontade? (gargalhada) A vontade dela era a dele. Só a dele! Só! Decisão própria? Personalidade? Não. Adélia não tinha nada disso, não. Pelo menos desde que ele apareceu. E desapareceu. E apareceu de novo, e desaparecia quando queria. Não quando ela queria. Deixou de ser mulher, humana e profissional. Deixou sonhos e metas, e viagens. Só queria se casar, e logo, e com ele. Esperou por um anel, que nunca veio. Não para ela. E isso foi a gota da lágrima.

E ele? Ah, ele! Não era nenhum galã, nem tinha um sorriso arrebatador. Mas se achava o homem da vida dela. E de todas as outras. E ainda havia quem desse trela. Ela, por exemplo. Talvez só ela. Ele? A seduzia, a entorpecia, a esvanecia. Uma rosa, um beijo, mil promessas. E ela olhava no relógio, e acordava debruçada sobre a mesa da cozinha. Um jantar sem convidado. E ela insistia em lhe dar seu coração de bandeja.

Viveria? Talvez. Talvez agora, que caiu da cama e acordou do sonho. Vida? Que vida? Que vida! Qual o quê! Curtir fossa, como uma adolescente? Se lhe sobrasse um pouco de nervos, ainda viveria para contar a história. Para aprender. Para levar a lição. E para, finalmente, fazer nascer um pouco de amor-próprio e juízo naquele coração devastado. Paixão, daquelas que arrancam pedaço. Agora já era tarde, mas e daí? Foi-se ele, sobra-se ela. Ou o que sobrou dela. Talvez renascesse, pintasse o cabelo de vermelho, voltasse a se depilar.

Mas voltou à pia e à louça suja. Uma olhadela no espelho. Fração de segundo, e lá estava ela, na varanda, esperando ele voltar, pra nunca mais. Nunca mais. Certa gente nunca aprende.