terça-feira, 1 de setembro de 2009

Carnavalizar, carnavalize-se, carnaval

E foi então que ela decidiu mudar.



Pulou da cama, cortou os cabelos e os carboidratos, pôs uma flor no cabelo, limpou o armário de todas aquelas roupinhas-de-todo-dia, fez chá, ligou o som no último volume (música clássica, per piacere), tomou uma ducha gelada, lavou a alma, espantou os males, ficou em paz. Suspiro. Aliás, suspiro, não - ela soltou todo o ar dos pulmões, esvaziando-se para dar lugar às asas.

Um grito cortou o ar. Porque, para se tornar independente, alguém precisa gritar.

Já havia chorado demais por passados de menos. E estava mais do que na hora de um pouco de subversão.

Não que a mudança não doesse. Mas era preciso esticar-se com toda a força. Doer, doía. Mas aquela história de jogar confetes parecia divertida.

E daí? Sem rebeldia, não há libertação. Máscaras, tesouras e telefonemas ignorados estão aí para isso.

E dentro dela já era carnaval.

Um comentário:

Luana Mendes disse...

Adorei esse texto! Liberdade, não é o que todos procuramos??

;*