quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Infância.


Ainda me lembro das Barbies espalhadas pelo chão. Das brincadeiras inventadas nas ruas, dos tombos de bicicleta, da franjinha encaracolada que minha mãe teimava em me fazer usar. Da historinha do "Natal dos Serelepes" que ela lia pra mim antes de dormir. Do cheiro de bolo de chocolate se espalhando pela casa.


Eu, criança, a menorzinha da classe, amava alimentar as bonecas quando podíamos levar brinquedos à escola. Dividia minha merenda com elas. Minhas amigas. Minha infância.


Inventava brincadeiras, descalça, correndo pelo quintal, por todo espaço que me dessem. E todos aderiam. Inventei a brincadeira do "Cacto", a da "Nega maluca", e mais umas quinhentas outras que eu nem me lembro mais. Não gostava de pega-pega. Só sei que me divertia muito!


Roubava flores do jardim em frente à casa da vizinha. Subia em árvore. Nadava em rio. Fazia caretas pro espelho. Lia gibi da Magali. Assistia a Doug Funnie e TV Colosso, além de 50 vezes por semana ao filme da Bela e a Fera. Comia bolinho de chuva e saía correndo.


Mas daí... daí eu tive que crescer. Me lembro de como tudo era simples. Hoje, a vida traz o que antes não esperávamos: responsabilidades. Força-se a maturidade quando tudo ainda é tão verde...


Esquecemo-nos de que, algumas vezes, se agirmos como crianças e deixarmos de lado as preocupações e a velha mania de "o dever nos chama", as coisas se tornarão mais simples. Não que a maturidade e os deveres devam ser deturpados. Mas a infância nos remete à riqueza de alma, ao descanso, à pureza, e à essencialidade de ser como realmente somos: eternas crianças.

6 comentários:

Beto-kun disse...

Valeu pelo post , e sim
nerds tem poder
^^ não me salvo

bj , otimo blog,depois vou ler com calma, :D muita coisa aqui

Kemp disse...

E não existe nada mais gostoso do que envelhecer intercalando responsabilidade com resquícios da época de infância. Triste de quem perde sua infância!
Ameio texto!
Bjos
Kemp

O Enxadrista disse...

Puxa, eu brinquei tanto na minha infância e agora eu acabo de achar que não brinquei o suficiente...

Crescer é assim mesmo.

Rodolpho Dutra disse...

Tenho 17 anos também, assim como você, e vi tudo ao mesmo tempo que você via, por uma ótica diferente, de fato, eu sou menino e as brincadeiras eram mais brutas e igualmente mais ridículas, tais como briguinhas e rixas de formiga, além de cuspi a distancia e essas coisas de menino.

Nunca joguei futebol como os outros, tinha mais coisas pra fazer, brincar de cientista e deixar minha mãe doida, brincar de exercito e fazer todos os garotos da rua se sujarem de barro para ficarem "camuflados".. Era divertido.
Mas nunca fui muito normal, não jogava pião, nem soltava pipa, nem bolinha de gude, minhas brincadeiras eram mais elaboradas, e de fato, muito menos chatas.

Mas isso fica pra trás, e somos obrigados a crescer.
Que pena.

Té mais

* Talita B. disse...

Eu lembro que com 2 cadeiras, 1 lençol e bonequinhas eu tinha uma casa graaaaande com muitas filhinhas.
AHahHAh xD
Me divertia com tão pouco!
Por isso que sou brincalhona até hoje =D
Adorei o texto =)
Beeijos

Jonas Saldanha disse...

A Infância é mesmo, senão a melhor, a mais memorável parte de nossas vidas. Lembro-me de minha infância de uma forma bem parecida com a qual você se lembra de sua.
Mas o tempo e a idade são dois graaaaandes soldados de armadura que vêm marchando incansavelmente. Por vezes, é medonho. A vontade de chamar a mamãe para impedi-los ou, ao menos, retardá-los vem.
Falando nisso, em idade, em maturidade e responsabilidades, sei que você vai prestar o Vestibular 2008 Unesp para Tradutor em Rio Preto. Mas, ao acessar este blog - muito bem elaborado e escrito, preciso acrescentar -, soube que você quer ser jornalista.(?!)
Eu tb vou prestar para o mesmo curso da Unesp. Compartilhemos informações e ansiedades; se quiser retornar, veja no Orkut que já acessei seu profile.

Abraços,

Jonas Saldanha