terça-feira, 4 de maio de 2010

Lá vem metalinguagem...

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

Fernando Pessoa

FINGIR: verbo transitivo direto 4. criar na imaginação; inventar/ verbo transitivo direto 5 criar como fantasia; imaginar, supor. [Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa]

Venho sendo meio mal interpretada ultimamente aqui no blog. Sim, porque acho que alguns de meus leitores vêm se esquecendo do que escrever significa e, consequentemente, do que a fantasia e a imaginação de um escritor são capazes.

É tão bom criar! Criar universos, mundos, pessoas, personalidades, situações, casos e sentimentos. Fantasiar-se e ir a um baile de máscaras para, depois, despir-se, decompor-se, e voltar a ser a mesma garota de todos os dias. É tão bom andar de cara lavada, mas isso não tira a diversão e as cores novas que a maquiagem traz, nem tira o brilho da fantasia, do mágico, do fictício. E é uma forma tão saudável e inteligente de fugir do mundo humano para um universo tão próprio e novo, tão mais a ver comigo. Isso se chama inventar. E inventar não é para qualquer um.

Assim como também não é para qualquer um interpretar esses novos universos, tornar-se parte deles, desconstruí-los. Afinal, um escritor nunca escreve para "ninguém" ler; mesmo quando escreve para si, num diário secreto, por exemplo, o autor tem um público-alvo: ele próprio. Mas isso é muito conversa de faculdade rsrs.

Onde quero chegar é: nem todos os textos deste blog são pessoais! O fato de Louise Mira escrever textos românticos não significa, necessariamente, que Louise Mira esteja apaixonada. É por isso que gosto muito de tags. Quando um texto tiver a tag Eu Lírica, podem ter certeza de que é pessoal, sim. Algumas Crônicas podem ser pessoais ou não, e há aquelas que eu não especifico mesmo, porque nem sempre quero que saibam se é pessoal ou não (o que é um direito meu, e dar um ar de mistério é bom! hehe). Mas, mais do que falar de mim, gosto de inventar!

Por isso, não gostariam que me julgassem pela fantasia que crio. Não confundam as personagens que aqui interpreto com o ser humano que está digitando isso aqui. E, como disse o poeta, mesmo quando, de fato, sou eu mesma aqui, ainda assim sou uma fingidora. E sigo fingindo num mundo onde quem faz as verdades sou eu. Este aqui é o meu mundo, onde posso ser quem quiser: uma bailarina, um ladrão, um poeta, um morto, uma pedra, uma palavra, ou, por que não, até mesmo Louise Mira. Ou, no maior descaramento do mundo, até mesmo você.

Um comentário:

Vicky Doretto disse...

^-^

num sei o que comentar... mas preciso deixar registrado que passei por aqui, né?rs :)

Gosto my daqui e dos seus textos. Esse foi ótimo. ^-^

bjão =^.^=