domingo, 10 de outubro de 2010

Rótulos

E, pra falar bem a verdade, a gente recebe rótulos que não pediu, na maioria das vezes.

É por isso que entendo a Sandy, por exemplo. Todo mundo aproveita que a menina é "santa", só pra poder pregá-la na cruz. Mas "santa"? "Santa" pra quem, e por quê? O que foi que ela fez pra ser "canonizada"?

Isso me irrita. E me surpreendi quando, essa semana, uma pessoa que mal me conhece me disse: "Nossa, nunca pensei que uma menina tão tímida e quietinha quanto você fosse aquela pessoa no palco!". Tá certo que a pessoa não falou por mal; mas "tímida e quietinha"? Dei um desconto, porque a pessoa realmente não me conhece direito.

Nada contra pessoas "tímidas e quietinhas", que fique claro. Mas tudo contra essa mania besta de rotular as pessoas.

E aí a gente é rotulado por causa de coisas como aparências e estereótipos. Talvez porque uma hippie magrelinha aparentando cinco anos a menos de sua idade não possa ter lá muita coisa pra dizer. E ri alto uma vez quando me disseram: "Nossa, você gosta de rock? Mas você não usa preto!". É; também gosto de falar de sexo, mas não sou perva; gosto de falar de política, mas não votei; gosto de cores, mas não de Restart; sou cristã, mas também pecadora; nasci em Londres, mas sou brasileira.

E daí? O quê, ou quem você pensa que eu sou?

É, os estereótipos estão aí, e são mais fortes do que a gente. A primeira impressão continua sendo nossa única história e tudo o que temos a dizer a respeito de algo ou alguém. E, se resolvo contrariar meus rótulos e dizer o que penso, é um deus-nos-acuda. Tá certo que, às vezes, eu deveria pensar um pouco mais antes de falar, mas é o meu jeito. Já estou me acostumando com os olhos arregalados a cada nova declaração.

Não que eu ache isso bonito. Porque sempre há rebeldes sem causa, que fazem de tudo para chocar/ se destacar /etc. Isso é o que, na minha terra, a gente costuma chamar de "forçar a amizade". Porque cofre cheio não faz barulho, e, se realmente somos tudo aquilo que dizemos ser, não deixaremos de sê-lo por causa de um rótulo idiota. Aliás: quando se tem personalidade, tudo aquilo que somos ultrapassa todo e qualquer rótulo ou estereótipo.

Pensei em dizer a vocês e aos rotuladores de plantão quem sou for real, mas não sei se vale a pena. Quem quiser, que me conheça. E a gente se revela pra quem faz valer a pena. E não faz esforço pra contrariar quem nos rotula.

2 comentários:

Denise disse...

Concordo com vc em td luly, a gnt tem essa mania de criar rotulos para as pessoas, o q nos impede de saber qm elas realmente sao. Mas aki, pq vc cancelou seu formspring?

Carol Bortolo disse...

Total de acordo. Sempre recebi milhões de rótulos por ser "aparentemente" uma mal humorada nata, que sempre disse o que quis e fez o que quis, sem se importar com "depois"s. E os rótulos, benditos, nunca conseguiram me incomodar e me impedir de ser e conquistar tudo que sou. Então, será q rótulo importa? Não pra nós, ao que parece.