sábado, 6 de novembro de 2010

Inércia

A gente quer desistir e não consegue.

É que dá medo de viver morrendo por aí, deixando a vida passar. Ou achar que quem vive mais é quem tem mais fotos no Orkut, é quem não para em casa, é quem não perde uma festa... A gente se esquece do quanto tudo é tão superficial.

Se você vive bem com a ideia de ser só mais um, tudo bem. Pois eu não consigo. Me formar, ganhar uma grana, me casar e ter filhos, fim. Só isso? E o que vem depois do "felizes para sempre"? Ninguém me respondeu ainda. A gente não se surpreende mais.

E tem os erros que precisamos cometer, porque, se não provarmos o gosto do veneno, não saberemos qual será a dor, nem se ela vale a pena. Pode não ser a melhor escolha, mas, às vezes, é a única que nos vem à cabeça.

Não é medo, é inércia. A vida pedindo pra ser sacudida. Pra ser pega pela cintura de surpresa, fazendo arrepiar o corpo inteiro. É esse o sentido da emoção: a vida pede paixão.

Mas é tão mais fácil ficar aqui e dormir...

2 comentários:

Sam disse...

Me identifiquei com cada palavra do seu texto, Luly.

Me incomoda ter planos, frases feitas, modelos pensados. Faculdade, trabalho, filhos. Acabou aí?

Beijão
(fazia um tempão que eu não vinha aqui, que descuido meu!)

Bruna Venâncio disse...

Eu gosto de fazer planos, mas também me viro com coisas inesperadas. Não sei se tudo vale a pena, mas sei de duas coisas: a gente não pode se deixar ser infeliz/ sempre existe um mundo de coisa depois do "felizes para sempre", usando as suas palavras.
O importante é nunca ter medo de voltar atrás, começar tudo de novo e buscar outras formas de se satisfazer com o que vem por aí...
Mas não precisa seguir o que eu digo; eu não sei nada sobre a vida. MESMO.