terça-feira, 10 de agosto de 2010

Cansei desse planeta.

É, é isso: cansei desse planeta. Quero criar um novo. Aliás, sempre quis. Como isso ainda não é possível, criei um blog. Ou melhor, um canteiro de rosas. E, a cada vez que venho aqui, me esqueço de tudo o que pensei em escrever antes. E, mesmo que fosse capaz de me lembrar, minhas mãos não permitiriam que eu dissesse nada além do que elas disserem por mim.

Quando venho aqui, também me esqueço de que há um mundo lá fora. Na verdade, eu até me lembro, mas sinto como se as cores estivessem cobertas por papel celofane, ou como se eu olhasse através de um espelho d'água - meu reflexo embaçado, minha identidade apagada. A atrevida inventora de textos guarda a menina doidinha no bolso e vai viver, como se fosse a coisa mais normal do mundo. Mas que, na verdade, é um absurdo. É um abuso.

Mas a inventora de textos não pede muita licença, não. A menina tem mais o que fazer da vida além de vir aqui regar as rosas. A inventora tem pressa; as rosas têm sede. A menina que espere, a curiosidade que se sacie, as rosas que se deliciem o quanto quiserem.

Sei que não deveria estar aqui.

Sei que as vozes chatas do tempo perdido e das obrigações me chamam.

As inseguranças, as mil-e-uma possibilidades de futuro. Ou, tão-somente, o medo de não poder escolher.

O medo de ser escolhida.

E quem, ou o que me escolheria?

Para que me escolheriam?

Tanta gente não tem escolha. Mas e se a escolha fosse eu?

Qual o jeito certo de se medir o futuro? Minutos, segundos, etapas, dias, anos, conquistas, ações? E o tempo, como medi-lo? Relógio, calendário, passos na areia, batidas de coração, gotas de suor, pensamentos, rugas? E os sonhos? Se medem por sorrisos, lágrimas, indagações, questionamentos, possibilidades?

Se pudesse escolher, escolheria um planeta novo.

Depois de todos os meus questionamentos, penso que mereço chegar em casa. Penso que mereço um planeta e todas as suas estrelas. Penso que quero apanhar todas as gotas de chuva e todos os flocos de neve com a língua, recolher as nuvens e vestir os dias azulados. Penso que os sóis e as luas, assim, todos juntos, ficariam muito bonitos no cabelo, e que o pó do céu faz os olhos mudarem de cor.

Eu quero criar meu próprio universo. Não, eu não pertenço a este lugar.

5 comentários:

Natália disse...

Criei o blog praticamente no mesmo intuito que tu, criar um novo mundo meu. Por enquanto tá dando certo pra mim e pra ti?!

Bj

A. disse...

Você escreve muito bem *--* parabéns pelos textos.
To te seguindo, amei o blog =]

Tiêgo R. Alencar disse...

Louise, coisa linda, se estiver pensando em deletar este blog, pode desistir. TODOS NÓS FAZEMOS QUESTÃO DELE EXISTINDO! Um dos melhores blogs do TDB não pode simplesmete sumir assim!

Um beijo :*

Tiêgo R. Alencar disse...

Pois é, Luly! Não deleta o Rosas, 0não. Dou a maior força pra você continuar com ele, eu senti nas suas palavras que você queria deletá-lo :/ Não faça isso, por favor. Gosto muito daqui!

Um beijo :*

Mandy disse...

eu não quero criar um mundo novo, quero criar pessoas novas. o mundo é lindo, as pessoas é que são feias.


te adoro amoralinda! *-*