sexta-feira, 25 de julho de 2008

Querência


Eu quero o espetáculo, o escândalo, o estrambólico, o mirabolante. Não quero o comum, não. Eu quero o bicho falante, a fuga da rotina, a lágrima feliz e o sorriso triste. Eu quero o mote, a glosa, a elegia, a lírica, a épica e a dramática. Eu quero comédia, romance, aventura, ação e suspense. Eu quero o sussuro gritado, o mistério encomendado, a surpresa frustrada. Eu quero que descubram quem sou, sem pensarem nada de mim. Eu quero tudo pra nós, não quero nada pra mim. Eu quero mostrar as garras que escondo dentro das luvas. Eu quero alçar vôo a dois centímetros do chão. Eu quero o diet, o light e a junkie food. Eu quero pegar carona e me mandar pra Hollywood. Eu quero Las Vegas, Kansas City, Rio de Janeiro e Macau. Eu quero a zona urbana, eu quero a zona rural. Eu quero cinco passos adiante, sem sair do lugar. Eu quero o beijo abraçado, o olhar semicerrado, o silêncio das palmas. Eu quero o conto de fadas, eu quero a crônica. Eu quero qualquer coisa que não se possa querer. Eu não quero menos que o impossível, nem mais do que se possa querer. E quem disse que não se pode querer o que nem todos têm a ousadia de fazê-lo.

Quem muito quer, nada tem. Por isso, me contento em querer o impossível. Afinal, o que é possível muita gente já quer, não é?

3 comentários:

Marcela Campos disse...

é isso aí! querer não tira pedaço e é querendo que se consegue, e quem sabe a gente não consegue mesmo o impossível né?
adorei, passa no meu blog. bjs ;)

Camila M. Schuch disse...

Nossa, muito bom.

Isso mesmo, o impossível ninguém quer!

Posso te linkar?

Beeijos

agrandegaia disse...

E eu quero saúde pra gozar no final... disso tudo que vc quer, que eu também quero e que achei o máximo!

Abraços! Adorei suas palavras!

Nathalie Gingold