sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Eis a questão

Quando eu digo ali, na descrição do blog, que sou uma fraude, acredite: eu tô falando sério.

E, em contrapartida, se há algo neste mundo que eu não consigo entender, é o amor incondicional de Deus por mim.

Talvez eu espere demais de mim mesma. Ou talvez eu ache que o (nada) que eu faço seja mais do que o suficiente. Mas, na verdade, me dói demais ver o quanto eu deixo a desejar.

Deus me amou e me escolheu desde o ventre da minha mãe, sem eu ao menos merecer. Deus já conhecia cada falha, cada defeito e cada atitude não-tomada que eu teria em toda a minha vida futura. E, mesmo assim, acreditou em mim. Acreditou, e ainda acredita. E, cada vez que me olho no espelho, desvio os olhos do reflexo ideal: aquele que quero me tornar, aquele que Deus vê em mim.

Toda a força que há em mim não vem de mim. Mas, então, por que sou tão fraca? Tão falha?

Penso em tudo o que já poderia ter feito. O chamado de Deus é uma grande bênção, mas uma responsabilidade maior ainda. E quem sou eu para fazê-lo valer? Por que meu brilho é tão opaco? Tenho tanto medo de deixar minha ônix se misturar às outras pedras do oceano. Se perder nas ondas. Ser levada pela correnteza, deixá-la ir, para, finalmente, perdê-la para sempre.

Meu coração dói. Minhas palavras ferem de morte. Meus pensamentos criam raízes. Minhas mãos se deixam cair no colo, inertes.

Não sou quem deveria ser. Não faço por merecer. Não resplandeço a Luz mais do que os outros. Às vezes, até o brilho de quem não Lhe pertence é maior.

Então, quem sou eu, Pai?

E, como, Pai, como é que, com todas as minhas falhas, o Senhor ainda me ama?

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