segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Inconsciente.


Algo inalterado, itinarante, e em constante transformação. Como será possível?


Nem só de crônicas vive um blog. Quem sabe uma "anacrônica" para variar...


E o sol está ardendo lá fora, e as flores se abrindo junto com os sorrisos, e as nuvens voando por sobre a pseudo-cidade (que mais parece uma vila). E não tenho consciência das mãos que escrevem, pois, para mim, elas se fundiram ao poema-em-prosa, que adora dar dois, três, oitenta dedos de prosa... ou será dedos de poesia? Ou será que a poesia não tem mãos?


Onde está a razão? Dentro de meus miolos, oras, bolas, caçarolas! Ô menina complicada para escrever uma anacronicazinha de nada, feita da mais pura realidade virtual!


A realidade é uma flecha em chamas, que segue queimando antes mesmo de chegar ao seu alvo: o acontecimento. Sua flama pode ser benéfica, ou devastadora... Basta estarmos preparados, com roupas anti-incêndio, para recebê-la. Mas, afinal, quem é que está sempre preparado?


Seria muito mais divertido preparar-se com um traje de gala, ou com as roupas da última coleção da Cavalera, ou sei lá, uma calça jeans pula-brejo mesmo. Sei lá. Sei que nem sempre é confortável se preparar para a realidade. Só se nota o desconforto após o fogo ter consumido tudo.


Por isso, é necessário estar preparado. Mesmo para as alegrias, pois uma grande alegria pode mudar as nossas vidas, um grande amor pode mudar as nossas vidas, um filho, uma notícia...


Mas ainda somos muito jovens, não é mesmo? Pressa de crescer, ninguém tem. Preguiça?! Há, temos de sobra!


Mas a realidade corre solta! E o sol está ardendo lá fora, os sorrisos rebentam-se num pé de ipê amarelo, as mãos dos namorados se entrelaçam, os velhos amigos cantam os velhos tempos, os pleonasmos tomam conta dos vocabulários, e nada mudou. Nada. Tudo continua em constante transformação. E a Terra continua redonda e girando. Tanta coisa aconteceu e nada, nada mudou. E tudo se transformou na mesma realidade de sempre, que nunca ninguém vai mudar, mas que sempre vai se transformar.

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