terça-feira, 18 de setembro de 2007

O Baile de Máscaras


Hoje me sinto como se não fizesse parte de mim mesma. Sei lá, algo como uma hemimetábola criatura, que ainda não atingiu a tão sonhada maturidade. Penso e repenso minhas atitudes e os erros que cometo todo santo dia, e me pergunto: para onde caminha a MINHA humanidade? Ou a minha natureza? Ou o meu caráter?


Rodeados de falsidade todos os dias. Confiança para pouquíssimos; velocino merecido pelo argonauta que a conquistar. Vê-se um mundo de aparências, onde as pessoas não conseguem ser sinceras umas com as outras, e isso acaba tornando tudo de plástico, tudo tão difícil e oco!


A sinceridade é uma perigosa arte. Sábios os que a conseguem usar sem ferir, como hábil gume que corta defeitos e atitudes movidas pelo Id humano. Mas há uma questão: como ser sincero e não ferir? Como agir sem ser hipócrita? Como se impôr e não se tornar um anti-social?


Ah, que difícil! Relacionamentos não são fáceis! As pessoas são muito diferentes, e, por mais que tentemos respeitá-las e devotar-lhes confiança, isso se torna algo muito complicado. Há pessoas chatas e há pessoas agradáveis, mas, segundo o mandamento do "amor ao próximo", o sentimento de compaixão deve ser igual para ambas!


Mas nos esquecemos de que também podemos ser (e muito!) petulantes, grosseiros e chatos quando queremos. Mas falsos? Aí é gravíssimo. Afinal, de que adianta viver num círculo social onde há um respeito falso, e, quando mal damos as costas, ouvimos um muxoxo, risinhos a nosso respeito? E o pior: daqueles que são os nossos "companheiros de caçada", que dividem o mesmo espaço e a mesma conversa!


Já dizia William Shakespeare: "Que formosa aparência tem a falsidade!". Pessoas vivem de interesses. Ao contrário de uma das tão famosas teorias iluministas, o homem não é naturalmente bom e corruptível pela sociedade; mas o homem tem uma natureza má e egoísta, corrompendo, por isso, a sociedade.


E a vida continua caminhando com as próprias pernas, como num campo minado. As máscaras são minadas. A hipocrisia é subjugada, e o imperialismo das conveniências foi corrompido. O acesso à boa conduta foi negado. A atitude de amor ao próximo, trancada num cofre e lançada ao oceano.


Desculpas... desculpas... desculpas... batem perigosamente à porta... e tudo se justifica, e nada se resolve.


[Deposite aqui a sua máscara. Vai se fazer um favor e se sentir bem melhor sem ela]

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